DA REPORTAGEM LOCAL

Após se encontrar ontem com Luiz Inácio Lula da Silva, o governador reeleito de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, voltou a dizer que pedirá ao novo governo uma renegociação da dívida de seu Estado e a revisão do comprometimento de recursos estaduais para pagamentos à União.
Há duas semanas, o presidente do PT, José Dirceu, disse não considerar "razoável" a pressão de governadores pela renegociação da dívida de Estados e deu a entender que o governo Lula não pretende rever a questão antes de conseguir aprovar as reformas tributária e da Previdência.
"Ainda não é hora de pedir [a Lula", mas vim mostrar coisas importantes. Sou favorável a rediscutir a dívida e o comprometimento da arrecadação do Estado, que é uma loucura", disse Zeca.
Segundo ele, 17% da arrecadação de MS é comprometida com o pagamento da dívida e atualmente seu Estado não paga os juros. Zeca do PT disse ainda considerar injustos os repasses do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e questionou a Lei Kandir, que desonera da cobrança de ICMS exportações de produtos primários.
Lula, que também se encontrou com o governador eleito de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), afirmou estar "honrado em perceber que os governadores estão preocupados com o desenvolvimento de seus Estados". "Eu sou fissurado nessa história de desenvolvimento regional", disse.
Durante reunião de cerca de uma hora com Lula, Maggi fez uma proposta insólita: manter no Ministério da Agricultura Marcus Pratini de Moraes, atual ministro de FHC, ou então nomear alguém com o perfil semelhante ao dele.
Pratini, do PPB-RS, é considerado um dos adversários históricos do PT em seu Estado. Lula não comentou a proposta. (CC e JBN)



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