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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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Inauguração de lancha nova foi motivo de festa

DA REPORTAGEM LOCAL

Na escuta telefônica determinada por ordem judicial, o delegado aposentado da Polícia Federal Jorge Luiz Bezerra da Silva, atualmente preso, convida um amigo, possivelmente delegado da instituição baseado em Porto Alegre, para participar de "farra de inauguração" da lancha Coração Valente, em Maceió (Alagoas).
No final de abril deste ano, Bezerra da Silva conversou com um interlocutor que a Polícia Federal acredita ser o delegado Mário Luiz Vieira.
Vieira estava em Porto Alegre e dizia que, por problemas com seu bilhete aéreo, teria de dormir em São Paulo, indo para Maceió no dia seguinte.
"Por que você não chega mais cedo amanhã?", pergunta Bezerra da Silva. "Foi o vôo que tinha", responde Vieira. "Foi? Porque amanhã à tarde tem uma farra do caralho para a gente fazer", diz o delegado aposentado. "Vocês vão fazer a inauguração da lancha Coração Valente", informa Bezerra da Silva. "Que coisa boa, amigo. Estou contente", declara Vieira. "Você é meu "brother", meu amigo", conclui Silva.
Em outra ligação, o delegado aposentado pede ao filho que vá ao aeroporto buscar Vieira e que o leve até o Hotel Costa Mar. "É um delegado gaúcho, magrinho, branco e de olho azul", descreve.
O filho resiste em atender ao pedido do pai. Primeiro diz que seu carro é pequeno, no qual não caberia uma mala. Depois afirma estar sem gasolina.
"Não quero falar de gás. Isso é besteira. Dinheiro você tem. Ponha, ponha gasolina, se vire", afirma Bezerra da Silva. Ante a negativa do filho, resolve: "Eu reponho para você".


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