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Ministério Público de São Paulo tem 1.024 supersalários
Número de funcionários com remuneração acima do teto no Estado representa 43% dos procuradores e promotores
Relatório da Procuradoria Geral de Justiça paulista ao Conselho Nacional do Ministério Público aponta salário de até R$ 55 mil
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
À caça de supersalários, o
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) descobriu
nesta semana que 43% dos procuradores e dos promotores,
ativos e aposentados, que integram o Ministério Público de
São Paulo têm supersalários.
A informação está no relatório enviado pela Procuradoria
Geral de Justiça paulista ao
conselho. Foram listados os
nomes de 1.024 funcionários
que estão na faixa salarial de R$
22 mil a R$ 55 mil por mês.
Os valores estão acima do teto fixado pela Constituição, que
é de R$ 22,1 mil. O conselho
aprovou a elevação deste limite
para R$ 24,5 mil -o Supremo
Tribunal Federal ainda não se
manifestou sobre a alteração.
Chama a atenção o fato de o
total de membros do Ministério Público de São Paulo que ganham acima do teto representar um terço dos magistrados
de todo o Brasil que também ultrapassam o limite.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 2.978 magistrados e servidores se enquadram
nesta situação.
No topo
O maior salário pago em São
Paulo, de R$ 55 mil, é o do procurador da Justiça Antônio de
Pádua Bertone Pereira, eleito
ontem corregedor-geral. A segunda
maior remuneração pertence
ao também procurador Mágino
Alves Barbosa Filho, 47, que recebe pelo menos R$ 35 mil.
Pela lista, dois outros integrantes ganham na casa dos R$
30 mil e os demais, entre R$ 22
mil e R$ 30 mil.
No caso de Barbosa Filho e de
Bertone, os supersalários foram garantidos por meio de decisões judiciais.
Nos outros casos, nasceram
por meio de instrumentos previstos em lei, como o pagamento de qüinqüênio (gratificação a
cada cinco anos) e a sexta parte
(após 20 anos de serviço, o salário aumenta em um sexto).
Como a Procuradoria de Justiça de São Paulo, todas as instituições do país terão de informar ao conselho suas listas de
salários. O estudo foi sugerido
pela procuradora regional da
República e conselheira, Janice
Agostinho Ascari.
O Ministério Público do Rio
de Janeiro, que se destaca por
ter o maior salário inicial do
país, R$ 19,9 mil, se opôs, sem
sucesso, à abertura da lista dos
supersalários.
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