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ENCONTRO PETISTA
Ala majoritária do partido quer escapar de desgaste da discussão da condução econômica com esquerda petista
Cúpula do PT evita confronto com radicais
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A cúpula do PT inaugura hoje,
na primeira reunião do Diretório
Nacional após a vitória de Luiz
Inácio Lula da Silva, uma nova tática na relação com as alas radicais do partido. Vai deixá-los falando sozinhos: "Não vamos ser
conduzidos por um ou outro deputado que pretenda fazer barulho para ganhar espaço na mídia",
afirma o presidente nacional do
PT, José Genoino.
Genoino lembra que todas as
tendências petistas têm cargos no
governo, o que as torna co-responsáveis da gestão Lula.
O presidente do PT afirma que o
tom da reunião não será de confronto nem discutirá punições a
eventuais discordâncias de parlamentares em relação às ações do
governo.
"O PT é governo. E o governo é
PT. Não vou mais entrar em polêmica", declarou o presidente do
partido, em referência a parlamentares da esquerda como João
Batista Abreu, o Babá, e Luciana
Genro, que têm criticado o ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
A esquerda tentará fazer da reunião mais um embate interno no
partido, que tem se avolumado
desde a nomeação do ex-tucano
Henrique Meirelles para o Banco
Central e as duas elevações das taxas básicas dos juros da economia
no governo Lula.
O presidente abrirá a reunião do
diretório, fazendo uma análise da
conjuntura política e defendendo
os rumos do governo até agora.
Tentará convencer a maioria do
diretório de que as decisões já tomadas, se não foram as desejadas
pelo partido, foram as necessárias
em razão da conjuntura nacional
e internacional.
Em seguida, falam os ministros
José Dirceu (Casa Civil), Palocci e
Ricardo Berzoini (Previdência).
A esquerda petista apresentará
proposta para a convocação de
um seminário, reunindo economistas de diversas tendências do
partido, para tentar redirecionar a
gestão econômica do governo Lula. Prega a "superação da globalização neoliberal, da tirania dos
mercados e do parasitismo do capital financeiro" e aponta como
"preocupante" a continuidade na
condução da gestão econômica. A
proposição dificilmente será vitoriosa, porque a tendência centrista Articulação detém a maioria no
Diretório Nacional.
O texto a ser aprovado é o do
campo majoritário petista, que
apóia a condução da política econômica, prega o apoio às reformas previdenciária, tributária e
política e elogia a política externa
do governo Lula.
Bittar será o número 2
A reunião do Diretório -que se
realizará hoje e amanhã no Pestana Hotel, em São Paulo, a partir
das 9h- servirá ainda para formalizar o afastamento da Executiva Nacional dos petistas com cargos no ministério.
Uma polêmica que se arrasta
desde janeiro será resolvida: o deputado federal Jorge Bittar (RJ)
será eleito secretário-geral do PT,
ocupando a vaga de Dulci.
Sua indicação será uma vitória
do presidente do PT, autor da
idéia de destinar o cargo a um político com "expressão social", ou
seja, votos e visibilidade pública.
O ministro-chefe da Casa Civil
defendia para a secretaria-geral
um nome da burocracia partidária de sua confiança, Silvio Pereira, mantido na Secretaria de Organização do PT.
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