São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2006

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

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Fim de tarde, entra Fátima Bernardes para divulgar que afinal "o PSDB anunciou Geraldo Alckmin como candidato à Presidência". E o repórter:
- Serra não apareceu no encontro em que se fez o anúncio.
Pouco depois, também na Globo, "em seguida ao anúncio, Alckmin foi à prefeitura demonstrar que estão unidos". Mas a primeira manchete do "SBT Brasil" voltou ao assunto:
- A aclamação de Alckmin não foi a festa de unidade que desejava a cúpula tucana. Serra não estava lá, gesto que pode dar o tom de toda a campanha.
Serra não foi à cerimônia e FHC se manteve de cara amarrada a maior parte do tempo, ao vivo nos canais de notícias.
Da Santíssima Trindade, Tasso Jereissati e Aécio Neves ainda falaram burocraticamente, mas, como sublinhou o blog de Ricardo Noblat, "embora presente, o ex-presidente Fernando Henrique não discursou".

 

Nas primeiras reações, nos sites e blogs, também não era outro o foco. Jorge Moreno, na submanchete no Globo Online, avaliou que "Alckmin vai ter que costurar as fissuras abertas com Serra" e até parte do PFL.
Segundo o blogueiro, o líder pefelista Rodrigo Maia disse que "o partido ainda vai decidir se fará coligação com o PSDB".
Gilberto Dimenstein, na Folha Online, e Alon Feuerwerker, em seu blog, se concentraram em explicar os motivos "por que Serra desistiu". Uma razão lembrada por ambos foi o eventual "dano" que seria causado ao prefeito pelo abandono de São Paulo. Mas Feuerwerker citou outras, entre elas, registre-se, "FHC acha que são grandes as chances de derrota para Lula".
Em destaque no portal UOL, o blog de Fernando Rodrigues arriscou o que vem por aí:
- Com Alckmin, sucessão deve ter só primeiro turno.
 

Nos despachos das agências para o exterior, saudações ao perfil conservador do candidato do PSDB. Da Reuters:
- Um político que está em casa com a comunidade empresarial e financeira do Estado mais rico do Brasil... É popular com os investidores porque se espera que ele mantenha as políticas econômicas conservadoras... Católico devoto, ele é um conservador em questões sociais.
E da agência Dow Jones:
- Alckmin afirmou endossar as austeras políticas fiscal e monetária do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que esteve no cargo até 2002, e mantidas por Lula. São políticas populares entre os investidores.


A TV Globo cobre ao vivo o anúncio do PSDB; atrás, passa rindo e dançando o personagem de Lula no "Pânico", da Rede TV!

Enfim, o poder
O "SPTV", da Globo, quase só falou do futuro governador. E deixou escapar sua contrariedade ao perfilar o pefelista:
- Cláudio Lembro fez carreira à sombra do ex-presidente Jânio Quadros. Em 86, assumiu secretaria na administração Jânio e foi interino. Agora que Alckmin deixa o governo, Lembro e seu PFL enfim chegam ao poder no Estado de São Paulo.

Jeito humano
E já está no ar a campanha de Aloizio Mercadante no Estado. Concentrado na redução da desigualdade, o comercial traz o petista sorrindo e prometendo:
- A pobreza diminuindo, a oferta de empregos crescendo, o mínimo é o maior em 25 anos... É este governo que eu me orgulho de defender. É este jeito humano de governar que a gente quer trazer para São Paulo.

A MANCHETE

A coluna de blindados, ao vivo na Globo News

A imagem surgiu ao vivo na Globo News, tirada das câmeras de tráfego do Rio, ainda no final da manhã. Era uma coluna de carros militares pelas ruas da zona sul. Depois a mesma imagem abriu o "Jornal Nacional", que não conteve o entusiasmo e deu a primeira manchete de William Bonner para a operação tão controversa -e seu inesperado resultado:
- Terça-feira no Rio de Janeiro. Um comboio militar se dirige à favela da Rocinha para procurar os fuzis roubados. No fim do dia, o Exército anuncia que as armas foram encontradas.
Já o lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin foi sexta e última manchete, na escalada.

@ - nelsondesa@folhasp.com.br

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