|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GOIÁS
Rombo seria de governos do PMDB
CPI vai investigar desvio de R$ 460 mi
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
Terá início nesta semana a CPI
da Assembléia Legislativa de Goiás
que vai investigar o suposto rombo
de R$ 460 milhões no BEG (Banco
do Estado de Goiás).
O rombo teria surgido nos dois
últimos governos do PMDB (Iris
Rezende e Maguito Vilela. Hoje
ambos são senadores).
A CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) vai investigar o empréstimo de R$ 3,6 milhões concedido
à empresa Astrográfica em 1994.
Uma ex-secretária do comitê de
campanha do PMDB afirma que o
dinheiro foi usado para pagar os
fornecedores do partido.
O autor do pedido de CPI, deputado estadual Carlos Alberto Silva
(PSDB), afirma que parte do rombo foi gerado por empréstimos
sem garantia liberados para correligionários do PMDB.
A CPI foi criada na terça-feira da
semana passada. Os partidos receberam prazo de uma semana para
indicar seus representantes. Silva
afirma que até quinta a CPI estará
formada e iniciará os trabalhos.
A comissão também vai investigar compras sem licitação, aquisições e contratações de serviços
desnecessários.
Silva diz que, em 1994, o banco liberou empréstimos de R$ 800 mil e
R$ 1 milhão para pessoas que não
ofereciam garantias de pagamento, como capatazes de fazendas e
empregadas domésticas.
Ele diz que esses empréstimos teriam ocorrido em todo o Estado.
"Centenas de pessoas devem ao
BEG. Algumas conseguiram empréstimo sem garantia por interferência do PMDB." Segundo Silva,
há dívidas de até R$ 9 milhões.
Silva afirma que já dispõe de documentos que comprovam que o
BEG pagou diferenças salariais de
aproximadamente R$ 100 mil a cada um dos seus dirigentes no final
do ano passado, pouco antes de o
PMDB deixar o governo.
Entre os serviços desnecessários
ele cita a contratação de uma empresa de advocacia por R$ 1 milhão
para acionar a Encol, quando o
banco conta com cerca de 40 advogados em seus quadros.
A CPI vai investigar a compra de
R$ 8,4 milhões em tíquetes-alimentação, sem licitação, em um
único mês de 1997. A compra de R$
10 milhões em produtos de informática após a aprovação da federalização do banco pela Assembléia também será apurada.
Os partidos que faziam oposição
ao PMDB tentaram aprovar a CPI
em 1996 e 1998, mas não conseguiram os votos suficientes. Hoje, o
governo Marconi Perillo (PSDB)
conta com 25 dos 41 votos da Assembléia. A CPI foi aprovada pelos
34 deputados que estavam presentes na semana passada.
Valmir Martins Lima, que foi
presidente do BEG no governo
Maguito, disse à Folha que não
quer comentar sobre o trabalho da
CPI: "Isso prejudica o banco. Já estou fora do governo e não vou alimentar esse assunto."
A reportagem da Folha telefonou para os assessores dos senadores Iris e Maguito ontem à tarde.
Os telefones estavam ligados na secretária eletrônica com limite de
voz esgotado.
Texto Anterior: Fim-de-semana: FHC pede pressa no fim de juiz classista Próximo Texto: Entenda o caso Astrográfica Índice
|