DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A partir de janeiro de 2003, quando deixar o governo, o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que não irá mais disputar eleições, apenas se dedicar a temas internacionais. Vai criar uma organização não-governamental destinada a pesquisas históricas. "Vou ser "ongueiro'", disse ele, em entrevista à Globonews, na segunda-feira.
"Não é fácil para um ex-presidente -cada um faz o que quer, não estou criticando nenhum ex-presidente-, mas eu não gostaria de estar metido no dia-a-dia da política brasileira", disse FHC.
Essa foi a segunda vez, em menos de uma semana, em que o presidente descartou a hipótese de lutar por um terceiro mandato e, indiretamente, de concorrer a alguma eleição.
"Vou ter uma atividade pública, mas não partidária. Não que eu vá sair do meu partido, vou continuar nele, mas não vou ter atividade eleitoral nem partidária."
O presidente já aceitou o convite para presidir o chamado Clube de Madri, organização que reúne ex-presidentes de vários países, inclusive o norte-americano Bill Clinton. O convite foi feito em outubro do ano passado.
FHC quer criar um instituto de pesquisas, com sede em São Paulo, destinado à memória histórica nacional. O objetivo é estabelecer uma espécie de centro de estudos de referência.
Aos 70 anos, FHC recusou convites para dar aulas como professor-visitante nas universidades de Harvard (EUA) e de Salamanca (Espanha). No passado, ele deu aulas na Universidade de Sorbonne (França).
Pessoas próximas afirmam que ele tem esperança de ocupar uma função em um organismo internacional, como as Nações Unidas. Na entrevista, FHC negou tal expectativa. (RENATA GIRALDI)



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