São Paulo, sábado, 15 de maio de 2004

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PAINEL

Onde pegou
O pedido de reconsideração pesou, mas dois outros fatores foram definitivos para o recuo do governo no caso Larry Rohter. Primeiro, concluiu-se que não havia chance de vitória na Justiça. Depois, pesquisa interna não mostrou a aprovação popular que Lula imaginara.

Perdas e danos
O ministro conseguiu convencer o presidente de que, sem recuo, não haveria retratação do "New York Times" e a versão de que ele abusa do álcool continuaria a correr o mundo.

You've got mail
O pedido de reconsideração do jornalista teve pelo menos três versões até receber o aval de Lula. Passeou por e-mail entre o escritório Pinheiro Neto Advogados, o hotel na Suíça onde estava Thomaz Bastos, o Ministério da Justiça e o Planalto.

Falso cognato
Sobrou para o tradutor. No pedido de reconsideração do cancelamento de seu visto, Larry Rohter alega que a versão da reportagem para o português não teria sido fidedigna, ampliando o "mal-entendido".

Esforço de paz
Eduardo Suplicy comemorou especialmente o desfecho do caso Larry Rohter. Acredita que mensagem enviada por ele à direção do "Times" tenha influenciado a carta do repórter.

Em coro
Horas antes de o Planalto recuar, presidentes do PT de 24 Estados criticaram o cancelamento do visto diante de José Dirceu e José Genoino.

Mundo animal
Talvez José Serra não tenha ligado ao saber que Marta Suplicy referiu-se a ele como "vampiro" em discurso no encontro petista. Mas Silvio Pereira ficou todo triste por ter sido chamado de "urubu". Em entrevista recente, o secretário-geral da sigla previu que a reeleição não será fácil.

Inimigos íntimos
Na reunião do PT, José Genoino considerou que existe mais possibilidade de aliança com o adversário PSDB do que com os aliados PP e PL nas capitais.

Vela acesa
O PT dá como certo o apoio do PSDB a Pedro Wilson (Goiânia) e tem muita esperança no de Aécio Neves a Fernando Pimentel (BH). Há "clima" também em Palmas (TO) e Rio Branco (AC).

Cizânia familiar
As eleições municipais dividem o clã Gomes no Ceará. Em Fortaleza, Ciro quer Mauro Benevides Filho (PPS). Seus irmãos Ivo e Cid preferem apoiar Inácio Arruda (PC do B). Em Sobral, o ministro defende Leônidas Cristino, e os outros, Carlos Hilton. Ambos são do PPS.

Parceria fechada
O PSDB acertou apoio ao ex-senador José Fogaça (PPS) em Porto Alegre. A deputada Yeda Crusius retirou seu nome da disputa e agora deve indicar o vice.

Candidato invisível
Líder do governo no Congresso, Fernando Bezerra (PTB) endossará a candidatura do deputado Wolber Júnior (PPS), anêmico nas pesquisas, a prefeito de Natal. Assim, não cria atrito nem com o PT nem com a governadora Wilma Faria (PSB).

Alarme falso
Após esperar seis meses pela assinatura de empréstimo da CEF para obras de infra-estrutura na Bahia, o governador Paulo Souto (PFL) foi avisado de que o ato aconteceria ontem em Brasília. Na véspera, o Planalto cancelou. Não marcou nova data.

Visita à Folha
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de sua mulher, Elza de Fátima Costa Pereira, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e região e diretora-executiva da Força, e Jorge Luiz Pires, assessor de imprensa.

TIROTEIO

De Carlito Merss (PT-SC), sobre o desfecho do caso Rohter:
-Foi uma atitude diplomática de ambos os lados. Coloca um ponto final nessa situação, que caminhava indevidamente para uma crise de Estado.

CONTRAPONTO

Mudança de cenário

O Recém-lançado candidato a prefeito de São Paulo, o ex-ministro José Serra visitou Natal (RN) na reta final de sua campanha derrotada à Presidência da República, em 2002.
O tucano foi recepcionado por correligionários no ginásio do América Futebol Clube, onde sentou-se à mesa do presidente para entrevista coletiva. Tradicional time do Estado, o alvirrubro rivaliza com o ABC como o clube de maior torcida.
Atrás do candidato havia uma enorme bandeira vermelha com o símbolo do time.
Alarmado, um assessor do então presidenciável tucano versado em futebol interrompeu aos berros a entrevista que mal havia começado:
-Se ele for fotografado com a bandeira do América, perde os votos dos torcedores do ABC.
Outro assessor logo chegou com a bandeira brasileira. E a entrevista pôde continuar.


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