São Paulo, domingo, 15 de maio de 2005

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PAINEL

Dando a volta
Lula incumbiu os líderes Arlindo Chinaglia (Câmara) e Aloizio Mercadante (Senado) de encaminhar diretamente a ele a lista das queixas dos aliados. E depois o presidente reclama que seu ministro da Coordenação Política não é levado a sério.

Clube exclusivo
Resta saber se os aliados vão apresentar suas queixas a Chinaglia e a Mercadante ou se deixarão para mastigá-las no almoço sem petistas que está sendo armado na terça pelo líder do PC do B, Renildo Calheiros.

Chega de choro
A cúpula do PC do B esteve com Aldo Rebelo na terça e cobrou dele que se demitisse ou rebatesse a agressão de Luiz Gushiken. Aliado histórico do PT, o partido discute até romper com o governo em resposta à humilhação pública do ministro.

O filho é teu
O deputado Walter Pinheiro (PT-BA) pede que Lula arregace as mangas para conter a erosão aliada, sob pena de ver seu governo acabar mais cedo. "É ele quem tem de repactuar a base."

Faxina geral
Meirelles, Jucá e Jader. Às vésperas de concluir seu mandato, Claudio Fonteles consolida fama oposta à do antecessor, Geraldo Brindeiro. Virou o "desengavetador-geral da República".

Resposta única
A direção nacional do PMDB, que já havia azedado o leite do governo ao esticar o mandato de Michel Temer, prepara uma cédula de prévia de arrepiar os que sonham em ver a sigla amarrada à nau da reeleição de Lula.

Etapa eliminatória
A idéia, endossada por Temer, é perguntar primeiro se o filiado quer ou não ver o PMDB com o PT em 2006. Depois, se defende candidatura própria. Daí virá a lista de nomes. Espera-se que as "bases", logo na primeira questão, rejeitem a aliança. A consulta será no início do ano que vem.

Segunda mão 1
Uma das opções em estudo no governo de Geraldo Alckmin para a futura Febem de Hortolândia é instalar a unidade no local onde hoje funciona um dos maiores presídios do Estado.

Segunda mão 2
A ala favorável ao aproveitamento do presídio usa o argumento da redução de custos. Para a contrária, será impossível dormir com o barulho das entidades de direitos humanos, já desconfiadas de que a saída de Alexandre de Moraes marcará o retorno da linha dura na Febem.

Aves do baralho
Chamado, em conversa recente, a nomear tucanos candidatáveis ao Palácio dos Bandeirantes, FHC citou José Anibal, Aloysio Nunes, Emanuel Fernandes e "aquele menino do Geraldo". Referia-se ao secretário da Segurança, Saulo de Abreu Filho.

Hora do espanto
Um tucano define o propósito das especulações sobre uma eventual candidatura de Fernando Henrique Cardoso ao governo de São Paulo: "No mínimo, serve para assustar o PT".

Alto lá
Ao dizer, no programa do PT, que os opositores da transposição do São Francisco agem por desinformação ou má-fé, José Genoino se encrencou com petistas da Bahia e de Sergipe. Segundo eles, o dirigente se meteu em assunto que desconhece.

Ecos de Brasília
O Piauí abrigará minicúpula árabe entre 22 e 24 de maio. A convite do governo local, empresários e representantes dos países da região se reúnem em Teresina para discutir perspectivas de investimento no Estado.

Lataria reforçada

O Brasil deverá mandar para o Haiti helicópteros do Exército usados na Cúpula Árabe. À diferença dos que estão no país, têm blindagem na parte de baixo.

TIROTEIO

Do presidente do PC do B, Renato Rabelo, sobre Lula, que teria dito "deixa que eu cuido do Aldo" em reunião com petistas:
-A única coisa que se espera do presidente é uma decisão. Nunca pedimos o Ministério da Coordenação Política, que tem sido mais ônus do que bônus.

CONTRAPONTO

Xeque mate

Orestes Quércia (PMDB) governava São Paulo quando, em uma manhã de abril de 1989, recebeu telefonema do correligionário Pedro Simon, então administrador do Rio Grande do Sul:
-Quércia, vamos lançar sua candidatura a presidente.
O paulista, que publicamente apoiava Ulysses Guimarães (1916-1992), à época o nome natural do partido, respondeu:
- Mas só se vocês falarem com o doutor Ulysses.
Um grupo foi a Brasília. Moreira Franco iniciou o discurso:
-Doutor Ulysses, precisamos de um perfil mais jovem...
Mora, mulher do deputado, esboçou reação irada.
-Calma-, disse Ulysses, que ouviu o grupo e perguntou:
-Então, quem é o candidato?
Quércia sentiu que sua candidatura morreria ali se ele próprio a lançasse. Calou-se. Como os demais. Ulysses arrematou:
-Eu aceito o desafio!

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