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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Datashow
A visita de 15 integrantes da CPI do Apagão Aéreo às
instalações do Cindacta em Brasília foi concebida pelos militares com três objetivos: pregar contra a desmilitarização do controle aéreo, reclamar da falta de
recursos e reverter o que foi chamado de "demonização" da Força por participantes da excursão.
Foram mostrados exemplos de falhas de comunicação entre civis e militares em países onde as funções
de controle de tráfego são divididas. Já o sistema brasileiro foi apresentado como "referência". Pela bem
preparada visita, cheia de animações, filmes e números, e a falta de acesso aos controladores, os deputados entenderam que a Aeronáutica não quer problemas com os depoimentos de seus subordinados.
Satisfeitos? A participação
ativa do brigadeiro Juniti Saito na visita ao Cindacta, agindo como cicerone dos deputados, foi vista por integrantes
da CPI como uma tentativa
diplomática do comandante
da Aeronáutica de evitar ser
convocado para depor.
Lá e cá. A base do governo
vai se antecipar à oposição e
convocar o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos
Pereira, e seu antecessor, Carlos Wilson. Junto, apresentará pedido para que sejam ouvidos dois responsáveis pela
estatal no governo FHC.
Sem claque. Diferentemente da primeira entrevista
coletiva geral de Lula há dois
anos, quando vários ministros
mostraram a cara, a previsão
agora é que só Franklin Martins (Comunicação Social) assista in loco à conversa do presidente com os jornalistas.
Listinha 1. O PP finalmente se entendeu sobre seus indicados ao segundo escalão do
Ministério das Cidades. O Planalto recebeu os nomes do ex-deputado Leodegar Tiscoski
(SC) para a Secretaria de Habitação e de Márcio Galvão
para permanecer na Secretaria de Saneamento.
Listinha 2. O partido também fez pedidos além dos domínios das Cidades. O ex-oposicionista Francisco Turra,
aliado de primeira hora de Geraldo Alckmin em 2006, foi
oferecido para a diretoria de
Agronegócio do BNDES.
Inventário. O PSB passou
pente fino nos cargos da nova
Secretaria dos Portos, sob
controle político do partido.
Dirigentes constataram que,
dos 111 postos, 30 poderão entrar na partilha entre os correligionários. As outras vagas
servirão para dar estrutura
mínima à pasta (escriturários,
secretários e motoristas).
Pepino. As obras da Transnordestina, centrais no PAC,
esbarraram nas desapropriações ao longo do traçado da
ferrovia. Há 180 ações ajuizadas. O governo deve criar uma
força-tarefa entre os Transportes, a AGU e a Casa Civil a
fim de acelerar o processo.
Tiro no pé. Na avaliação
do Palácio dos Bandeirantes,
o secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti,
só complicou o entendimento
do governo paulista com as
universidades ao afirmar em
entrevista à Folha que José
Serra "é responsável pelo uso
do dinheiro" nas instituições.
Orquestra. O PT paulista
reunirá no dia 25 deputados
estaduais, federais, seus dois
senadores e prefeitos para debater os rumos da oposição no
Estado. Depois, terá encontro
com movimentos sociais a fim
de programar protestos contra José Serra, um dos presidenciáveis tucanos para 2010.
Está escrito. Em carta ao
ministro da Saúde, José Temporão, o Idec apóia a regulamentação da publicidade de
bebidas. De acordo com o instituto, a resolução da Anvisa
apenas explicitou "o que já está proibido pelo Código de
Defesa do Consumidor".
Visita à Folha. Franklin
Martins, ministro-chefe da
Secretaria de Comunicação
Social da Presidência, visitou
ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.
Tiroteio
"Colocar as contas no Siafem em nada diminui a
autonomia das universidades. O Tribunal de
Justiça e a Assembléia Legislativa fazem isso
e nunca houve problema nenhum".
De FRANCISCO LUNA, secretário do Planejamento de São Paulo, sobre o
fato de que USP, Unicamp e Unesp passarão a ter de divulgar suas contas no sistema eletrônico de execução orçamentária do Estado, um dos
pontos de atrito entre essas instituições e o governo Serra.
Contraponto
Ponto de vista
Durante show domingo em SP, Caetano Veloso aproveitou intervalo entre uma canção e outra para comentar
seu posicionamento político. Lembrou dos ataques recebidos de lulistas por não ter votado no presidente no primeiro turno de 2006. E também das críticas da oposição,
pois no final admitiu a possibilidade de apoiar a reeleição.
-Mas acabei nem votando em Lula no segundo turno-,
disse o cantor e compositor, aplaudido efusivamente.
Caetano deu risada e acrescentou:
-Engraçado... Lá em Salvador, quando eu contei isso,
tomei uma tremenda vaia!
Na Bahia, como se sabe, o PT teve sua maior vitória.
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