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Centrais sindicais reivindicam do governo concessão de rádio e TV
Demanda surge após autorização de concessões para fundação ligada a sindicato
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao autorizar a concessão de
duas TVs e duas rádios educativas a uma fundação ligada ao
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, o presidente Lula abriu
caminho para que outros sindicatos e centrais sindicais reivindiquem igual tratamento.
"É uma felicidade incomensurável. Lula demonstrou mais
uma vez que é o nosso paizão.
Daqui a pouco, todo o movimento sindical vai ter sua emissora de televisão", disse o vice-presidente da Central Geral
dos Trabalhadores do Brasil,
Ubiraci dantas de Oliveira.
O deputado Paulo Pereira da
Silva (PDT-SP), presidente da
Força Sindical, diz que a entidade nunca pleiteou TVs ou rádios, mas que agora pensa no
assunto. "O mundo sindical
nunca teve seus meios. Vamos
analisar os Estados e ver onde
podemos pleitear."
A Folha revelou ontem que a
Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho, que
tem o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC como principal
mantenedor, obteve do governo concessões de TV educativa
em Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul e autorização para
explorar rádios educativas em
São Vicente e Mogi das Cruzes.
Segundo o deputado Márcio
França (PSB-SP), que foi o relator do projeto de concessão
da rádio de São Vicente, na Câmara se sabe que as emissoras
são vistas como concessões para a CUT (Central Única dos
Trabalhadores). Sendo assim,
ele diz ser natural que agora
outras centrais reivindiquem o
mesmo tratamento.
O presidente da Nova Central, José Calixo Ramos, disse
que a iniciativa abre margem
para outras entidades sindicais, "mas é algo que deve ser
avaliado com muito critério,
pois manter uma TV exige estrutura quase empresarial".
Atenágoras Lopes, da Conlutas (ligada ao PSTU), vê "um
aspecto de democratização".
"Mas o governo poderia ter feito muito mais. Persegue-se,
por exemplo, rádios comunitárias." Sérgio Nobre, presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC, disse ontem que estudos técnicos estão em andamento para a implementação
dos canais. "É uma proposta de
longo prazo, 30, 40 anos. As
grandes redes de TV também
nasceram pequenininhas."
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