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Para pefelista, deputado fez 'o show inteiro e ganhou só a metade'
Luís Eduardo diz que Ronivon
é o novo Paulinho da Viola
WILSON SILVEIRA
da Sucursal de Brasília
Para convencer a Executiva do
PFL a expulsar Ronivon Santiago e João Maia, o ex-presidente
da Câmara Luís Eduardo Magalhães perguntou aos participantes da reunião: "Alguém aqui
tem alguma dúvida da autenticidade da gravação?" Todos se calaram.
Em seguida, perguntou: "Alguém aqui tem dúvida de que, se
quebrarmos o sigilo dele, vamos
comprovar que ele quitou suas
dívidas no banco?". Novamente,
todos se calaram.
Decidida a questão, Luís
Eduardo fez uma piada: "Ronivon é o novo Paulinho da Viola,
fez o show inteiro e ganhou só a
metade".
O ex-presidente da Câmara foi
o principal defensor da expulsão
sumária dos dois deputados.
Ele tinha discutido o assunto
na noite anterior com seu pai, o
presidente do Senado, Antonio
Carlos Magalhães, e com o presidente de honra do PFL, Jorge
Bornhausen, com quem falou
por telefone (Bornhausen é embaixador do Brasil em Portugal).
A expulsão também era defendida pelo presidente do partido,
José Jorge (PE).
Os líderes na Câmara e no Senado, deputado Inocêncio Oliveira (PE) e senador Hugo Napoleão (PI), tentaram protelar a
decisão, argumentando que os
colegas, pelo estatuto do partido, tinham direito de defesa.
Luís Eduardo e José Jorge argumentaram que, se Santiago e
Maia quisessem direito de defesa, deveriam entrar na Justiça,
conforme apurou a Folha.
"A gente vai se sentar na mesa
para discutir alguma coisa com
esse cara?", indagou Luís Eduardo, referindo-se a Ronivon. Em
seguida, respondeu: "Eu não".
Quanto aos demais envolvidos, decidiram esperar as investigações, já que não "confessaram" nada, por enquanto. Ninguém está livre de expulsão.
Alguns integrantes da Executiva levantaram a possibilidade de
a própria emenda da reeleição
vir a ser questionada em função
da expulsão. O raciocínio é o seguinte: se o PFL os expulsa é
porque acredita que venderam
os votos. Se isso ocorreu, a aprovação da emenda não é legítima.
Prevaleceu o entendimento de
que isso não deveria ser resolvido lá. Importava uma ação "rápida e eficiente". Os pefelistas
avaliaram inclusive que o Palácio do Planalto deveria tomar
uma atitude nessa mesma linha.
Luís Eduardo criticou a política do partido de "crescer a qualquer custo". Segundo ele, "é
nisso que dá". O PFL tem se empenhando para mudar a imagem de fisiologismo que muitas
vezes é associada ao partido.
Todos os deputados envolvidos são recém-filiados (nenhum
se elegeu pelo PFL). Para Luís
Eduardo, o partido não precisava passar por isso, já que pouco
mais de 90 deputados são suficientes. O partido tem 103.
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