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"Financial Times" vê
oposição com temor
DA REDAÇÃO
O temor dos investidores estrangeiros diante de uma vitória
eleitoral da oposição no Brasil em
2002 ganhou corpo no editorial
"Apagam-se as Luzes no Brasil",
publicado na edição de hoje do
jornal britânico "Financial Times", o mais influente diário econômico da Europa.
O jornal vê a crise energética e as
denúncias de corrupção no governo como uma possibilidade de
ganho eleitoral para a esquerda na
sucessão do presidente Fernando
Henrique Cardoso.
"A crise foi um presente para a
oposição de esquerda brasileira,
que já se beneficiava dos bons resultados nas eleições municipais
no ano passado e dos escândalos
de corrupção no governo. Se chegar com um só candidato crível, a
oposição pode ter boa chance nas
eleições presidenciais do próximo
ano. O medo é que, se ganhar, ela
venha minar a boa administração
macroeconômica, que permanece sendo a maior conquista do governo de Cardoso", diz o editorial.
Anteontem, o "Financial Times" havia publicado entrevista
com FHC, que dizia: "Independentemente de quem seja o eleito,
o Brasil tem capacidade de manter as conquistas que fizemos. Essas mudanças são irreversíveis".
A crise energética atual, segundo o editorial do "Financial Times", pode ser mais danosa ao
governo do que a desvalorização
do real, em janeiro de 1999, após a
mudança do regime cambial.
"Dessa vez, será mais difícil fazer um milagre. [..." A escassez de
energia vai provavelmente cortar
pela metade o crescimento do PIB
deste ano. E a única resposta do
governo até agora foi o plano de
racionamento. Mas ele foi forçado
a voltar atrás em algumas medidas, dando a impressão de falta de
controle", diz o texto.
O editorial sustenta que "a crise
era fácil de se prever". "O sistema
energético brasileiro opera no limite de sua capacidade já há alguns anos, e houve numerosos
avisos sobre os baixos níveis dos
reservatórios." Na entrevista ao
jornal, FHC havia negado que a
crise tenha sido causada por descuido. "A crise atual não se deve à
falta de investimentos; ela se deve
à falta de chuva."
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