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MARANHÃO
Desvio teria ocorrido por meio de empréstimos
Deputados são acusados de desviar R$ 12 mi do fundo de Assembléia
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
Vinte e quatro deputados e ex-deputados da Assembléia Legislativa do Maranhão estão respondendo a ação civil pública devido
à suspeita de desvio de R$ 12 milhões do Fundo de Previdência
Parlamentar, fato que teria ocorrido entre 1995 e 1999.
A ação, resultado de denúncia
(acusação formal à Justiça) do
Ministério Público do Estado,
tem entre os 24 réus o atual presidente da Assembléia, Manoel Ribeiro (PSD), o líder do governo na
Casa, Antônio Bacelar (PFL), e
um dos principais líderes da oposição, o tucano Aderson Lago.
Segundo a investigação do Ministério Público, que começou em
98 e só foi concluída na semana
passada, o desvio ocorria por
meio de empréstimos aos deputados. Alguns alcançavam valores
bem superiores ao permitido pela
legislação, e ninguém apresentou
provas de que pagou o que retirou
do fundo, que tinha receita composta por contribuição dos funcionários da Assembléia e recursos do Tesouro estadual.
De acordo com o levantamento
dos promotores, o maior empréstimo, de R$ 1,5 milhão, foi feito ao
deputado José Orlando (PSD),
que faz parte da base governista.
A legislação que regia o fundo
previa o pagamento em 24 meses,
ou no período que ainda durasse
o mandato, e não permitia que as
parcelas comprometessem mais
de 30% do salário do deputado.
"O fundo concedeu, entre 1995 e
1999, empréstimos vultuosos, impagáveis se observadas a forma e
o prazo estabelecidos, além de deferir empréstimos a deputados
que já tinham débito anterior não
pago", afirma a denúncia.
Os réus na ação são acusados de
enriquecimento ilícito, desvio e
apropriação de dinheiro público e
de terem cometido improbidade
administrativa. Os promotores
que assinam a acusação pedem liminar que garanta a indisponibilidade e sequestro dos bens e o
bloqueio das contas bancárias e
aplicações financeiras dos 24 réus.
O Ministério Público solicita
ainda à Vara da Fazenda Pública,
onde tramita o processo, a intervenção judicial no fundo, que já
foi extinto, e a realização de uma
busca e apreensão para saber se
há mais indícios de desvio dos recursos públicos.
Durante a investigação, os promotores não ouviram nenhum
dos 24 réus. Segundo o Ministério
Público, isso se deu porque a direção da Assembléia teria se recusado a responder aos ofícios pedindo esclarecimento sobre o caso.
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