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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

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PAINEL

Racha sindical
Entidades de servidores articulam a criação da Central Única dos Trabalhadores do Serviço Público. Consideram que a CUT não atende mais aos interesses do funcionalismo público, setor que se considera o mais prejudicado pela reforma da Previdência apresentada por Lula.

Convergência de interesses
A criação da Central Única dos Trabalhadores do Serviço Público é estimulada por petistas. Participam da discussão o Conselho Nacional das Entidades de Servidores Federais, o Sindilegis (Legislativo), o Unafisco (Receita) e entidades de servidores da educação e da saúde.

Base ampla
Há no Brasil mais de 1.300 sindicatos de servidores públicos, considerando o funcionalismo federal, estadual e municipal. A maioria é filiada à CUT.

Sono tranquilo
O Planalto considera que, apesar da pressão dos servidores e de setores do PT e da base aliada, a reforma da Previdência já está aprovada. A popularidade de Lula e a caneta de José Dirceu falariam mais alto. As mudanças seriam apenas pontuais, sem alterar o corpo do projeto.

Apoio paralelo
O governo federal avalia que terá o apoio do PSDB e do PFL na maioria das votações no Congresso. Por pressão dos governadores e pela falta de prática oposicionista, os partidos não atrapalhariam o Planalto na reforma da Previdência.

Dormindo com o inimigo
Lula comparou petistas que participaram da manifestação contra o governo a homens que se casam, mas saem com outras mulheres. Resta saber o que ele pensa do noivo que promete fidelidade eterna, mas trai a mulher já na lua de mel.

Aspirina e juros baixos
Depois das críticas à política econômica, o vice-presidente virou nome de gripe em Brasília. A gripe José Alencar é aquela que ataca dentro de casa.

Buraco na pista
A verba para viagens do Ministério dos Transportes para 2003 acaba no fim do mês. Se não houver um crédito suplementar, nenhum funcionário poderá acompanhar obras e projetos fora de Brasília.

40 graus
A comitiva do PSB que tem hoje reunião marcada com Garotinho quer uma explicação sobre a origem de fichas de filiação do partido no RJ supostamente adulteradas. O número para o depósito bancário do recadastramento não seria o mesmo da conta nacional do PSB.

Disputa interna
Garotinho responderá que não fez nenhuma filiação, que desconhece irregularidades e que não entende a posição dos colegas. Acha que é só uma cortina de fumaça para impedir seu fortalecimento interno no PSB.

Virou moda
Além dos questionamentos por suposta falsificação de filiações, Garotinho ouvirá de dirigentes do partido que, se continuar a atacar o governo Lula, estará sujeito a um processo no Conselho de Ética do PSB.

Mais um dia de festa
Ney Suassuna (PMDB) organiza uma festa junina no dia 24 na ala Ruy Carneiro do Senado. O senador será o noivo e procura uma noiva. Tião Viana (PT) deve ser o padre e Gilberto Mestrinho (PMDB), o juiz de paz.

Imposição partidária
O PMDB-SP irá intervir em todos os diretórios de cidades importantes que se posicionarem contra candidatura própria a prefeito. O primeiro caso foi em São Carlos, onde o diretório local pretendia um tucano.

Válvula fechada
O governador Paulo Hartung (PSB-ES) conseguiu cassar 13 liminares que suspendiam o pagamento de ICMS para distribuidoras de combustível.

TIROTEIO

De Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ironizando a entrada do ministro Miro Teixeira (Comunicações) no partido:
- O PMDB está realmente chegando ao fundo do poço. Antigamente, era o partido que entrava no governo. Agora, é o governo que entra no PMDB.

CONTRAPONTO

Paraguaio legítimo

No final de abril, o ministro Sepúlveda Pertence, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, acompanhou a equipe brasileira que organizou a primeira votação eletrônica do Paraguai.
Foram emprestadas 6 mil urnas computadorizadas ao país vizinho. Elas fizeram tanto sucesso que o presidente do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral do Paraguai, Alberto Zambonini, prometeu não utilizar mais urnas convencionais na próxima eleição.
Qual não foi a surpresa de Pertence ao ler, na semana passada, uma entrevista de Zambonini no jornal paraguaio ABC Color dizendo que seu país, "adiantado no âmbito mundial", estava apto a exportar as urnas eletrônicas -sem mencionar que a tecnologia é brasileira.
Ao ler sobre o "avanço" paraguaio, Sepúlveda Pertence recostou-se na poltrona e deu uma longa gargalhada.


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