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CNBB é contra nomeação e diz que laudos não deixam dúvidas
da Sucursal de Brasília
O secretário-geral da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil), d. Raymundo Damasceno, disse ontem que "uma pessoa que participou de uma sessão
de tortura, ou a presenciou e foi
conivente, não deve ocupar cargo
de responsabilidade num regime
democrático".
Ele se referia à nomeação de João
Batista Campelo para o cargo de
diretor-geral da Polícia Federal.
Campelo é acusado pelo ex-padre José Antônio Monteiro de estar presente em sessões de tortura,
em inquérito presidido por ele.
Para d. Damasceno, segundo na
hierarquia da principal entidade
da Igreja Católica do país, "não há
dúvida com relação à tortura,
comprovada por laudos médicos".
O grupo Tortura Nunca Mais enviou ontem via fax ao presidente
Fernando Henrique Cardoso e ao
ministro da Justiça, Renan Calheiros, carta pedindo que a posse de
Campelo seja adiada até que sejam
esclarecidas as denúncias.
O grupo chegou a informar que
não constavam nos registros da
entidade informações de que
Campelo teria participado de tortura. Na carta, no entanto, o grupo
considera que "o depoimento de
José Antônio Monteiro é de suficientes precisão e contundência
para obrigar as autoridades responsáveis a investigar o passado
do novo indicado para a direção da
PF, antes de efetivá-lo".
A prisão de Monteiro, juntamente com o hoje bispo Xavier Gilles,
está relatada no livro ""O Catolicismo Brasileiro em Época de Transição", de Thomas Bruneau, editado
pela Edições Loyola, em 1974, que
não cita o nome de Campelo.
Colaboraram a Agência Folha e a Sucursal do Rio
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