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BC entrega 43 das 82
ordens de pagamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um ano após a quebra do sigilo
da "conta-mãe" do esquema da
obra do TRT (Tribunal Regional
do Trabalho) paulista, o Banco
Central começou a entregar os
primeiros resultados dos rastreamentos determinados pelo Ministério Público Federal em São
Paulo.
Até ontem, o BC entregou o destino de 43 dos 82 das ordens de
pagamentos feitas pela conta
mantida pela Incal Incorporações
no Banco do Brasil, por onde
transitou o dinheiro desviado da
obra.
Há um mês, a juíza federal Raecler Baldresca deu um prazo de 90
dias para o BC cumprir as quebras
do sigilo bancário.
O primeiro pedido de informações havia sido feito pelo Ministério Público em abril de 1999.
O governo destinou R$ 232 milhões à obra do TRT de São Paulo,
dos quais R$ 169 milhões foram
desviados, segundo auditoria do
TCU (Tribunal de Contas da
União).
Já se sabe que, desse total, US$
34 milhões foram parar nas contas do grupo OK, do ex-senador
Luiz Estevão (PMDB-SP), e que o
juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, que está foragido, recebeu outros US$ 6,2 milhões.
Para saber o paradeiro do resto
do dinheiro, é necessário o rastreamento das 82 ordens de pagamento.
Ultimato
O Ministério Público deu um ultimato ao BC porque, até anteontem, haviam sido rastreadas apenas oito ordens de pagamento.
Ontem foram encaminhadas 36, e
faltam ainda 39.
O BC declarou ontem que o rastreamento está demorando tanto
porque, quando o Ministério Público fez o pedido original para
vasculhar a conta da Incal, não se
conhecia as 82 ordens de pagamento.
A instituição afirma que, conforme as ordens de pagamento
foram sendo localizadas, a documentação parcial foi enviada aos
procuradores para que fossem
feitas novas quebras de sigilo bancário.
Segundo o BC, para enviar as
planilhas com informações ao
Ministério Público foi necessário
reunir e analisar cerca de 3.000
documentos.
"Laranjas"
O relatório entregue ontem não
significa que tenham sido localizados os recursos desaparecidos.
É provável que os recursos tenham transitado em contas de
outros intermediários antes de
chegar ao destino final.
A experiência das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito)
mostra que, na maior parte das
vezes, os recursos transitam em
contas de "laranjas" e são enviados aos chamados paraísos fiscais, que tem rígido sigilo.
Mas já aconteceu de rastreamentos chegarem a pessoas conhecidas.
O BC informou ontem que pretende entregar a documentação
restante ao Ministério Público
bem antes do final do prazo determinado pela Justiça, que acaba
em 16 de agosto.
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