São Paulo, sábado, 15 de julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RIO
Polícia Federal diz que não foi avisada da ordem judicial
Empresário com prisão decretada ainda pode acabar deixando o país

PEDRO DANTAS
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O nome do empresário Jair Coelho, que teve a prisão preventiva decretada às 17h de anteontem pela Justiça do Rio, não constava até ontem à noite da relação oficial de pessoas impedidas de deixar o país por aeroportos, portos e pontos de fronteira seca.
A Polícia Federal informou que não inseriu o nome de Coelho e de suas três sócias, também com prisão decretada, no Sinpi (Sistema Nacional de Procurados e Impedidos) por não ter sido comunicada da ordem judicial.
Listagem preparada pelo Ministério da Justiça, o Sinpi deve incluir os nomes de todos os procurados pela Justiça. O nome do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, por exemplo, consta do Sinpi.
Policiais federais do Aeroporto Internacional do Rio disseram à Folha que souberam pelo noticiário da ordem de prisão contra o dono da Brasal (Empresa Brasileira de Alimentação Limitada), que tem o monopólio do fornecimento de refeições a presídios e delegacias do Estado do Rio.
Na prática, Coelho, que está foragido, não poderia ser detido pela PF caso decidisse fugir do Brasil pelas rotas de saída oficiais. A PF não descarta que o dono do Brasal já tenha deixado o país, apesar de o subprocurador-geral de Justiça Elio Fischberg ter dito saber que Coelho estaria em São Paulo.
A PF informou que a ordem de prisão de Coelho, Teresa Cristina Miglioli, Lina Cristiani Maestrelli de Miranda e Gláucia Sabino da Costa deveria ter sido comunicada pela 11ª Vara Criminal do Rio, cuja juíza, Ana Paula Figueiredo, foi a autora da medida.
Coelho e as sócias já poderiam ter sido presos anteontem caso outra falha não tivesse acontecido. A Polícia Civil foi acionada pela 11ª Vara somente às 18h, quando até os jornalistas já sabiam, pelo Ministério Público, que a prisão deles havia sido decretada.
Os policiais da 16ª Delegacia de Polícia chegaram à casa em que Coelho mora por volta das 18h30. Não o acharam. A polícia suspeita que ele pode ter sido avisado e fugido. Fischberg disse que o Ministério Público entregou o pedido de prisão logo após a abertura do Tribunal de Justiça, às 12h, mas a juíza teria demorado a decidir.
A juíza disse ontem que só decretou a prisão às 17h porque, antes, participava de audiência.


Texto Anterior: Nomeação de cunhado sofreu impugnação
Próximo Texto: Panorâmica: Casamento da neta de ACM reúne ministros
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.