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RIO
Polícia Federal diz que não foi avisada da ordem judicial
Empresário com prisão decretada ainda pode acabar deixando o país
PEDRO DANTAS
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O nome do empresário Jair
Coelho, que teve a prisão preventiva decretada às 17h de anteontem pela Justiça do Rio, não constava até ontem à noite da relação
oficial de pessoas impedidas de
deixar o país por aeroportos, portos e pontos de fronteira seca.
A Polícia Federal informou que
não inseriu o nome de Coelho e
de suas três sócias, também com
prisão decretada, no Sinpi (Sistema Nacional de Procurados e Impedidos) por não ter sido comunicada da ordem judicial.
Listagem preparada pelo Ministério da Justiça, o Sinpi deve incluir os nomes de todos os procurados pela Justiça. O nome do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, por
exemplo, consta do Sinpi.
Policiais federais do Aeroporto
Internacional do Rio disseram à
Folha que souberam pelo noticiário da ordem de prisão contra o
dono da Brasal (Empresa Brasileira de Alimentação Limitada), que
tem o monopólio do fornecimento de refeições a presídios e delegacias do Estado do Rio.
Na prática, Coelho, que está foragido, não poderia ser detido pela PF caso decidisse fugir do Brasil
pelas rotas de saída oficiais. A PF
não descarta que o dono do Brasal
já tenha deixado o país, apesar de
o subprocurador-geral de Justiça
Elio Fischberg ter dito saber que
Coelho estaria em São Paulo.
A PF informou que a ordem de
prisão de Coelho, Teresa Cristina
Miglioli, Lina Cristiani Maestrelli
de Miranda e Gláucia Sabino da
Costa deveria ter sido comunicada pela 11ª Vara Criminal do Rio,
cuja juíza, Ana Paula Figueiredo,
foi a autora da medida.
Coelho e as sócias já poderiam
ter sido presos anteontem caso
outra falha não tivesse acontecido. A Polícia Civil foi acionada pela 11ª Vara somente às 18h, quando até os jornalistas já sabiam, pelo Ministério Público, que a prisão deles havia sido decretada.
Os policiais da 16ª Delegacia de
Polícia chegaram à casa em que
Coelho mora por volta das 18h30.
Não o acharam. A polícia suspeita
que ele pode ter sido avisado e fugido. Fischberg disse que o Ministério Público entregou o pedido
de prisão logo após a abertura do
Tribunal de Justiça, às 12h, mas a
juíza teria demorado a decidir.
A juíza disse ontem que só decretou a prisão às 17h porque, antes, participava de audiência.
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