DO "NOTÍCIAS POPULARES"

O ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, foi impedido ontem de sair da agência da Previdência no metrô Luz por cerca de cem funcionários grevistas do INSS. Ele ficou preso por pelo menos uma hora.
Os servidores insistiam em falar com Ornélas e não estavam dispostos a deixar o ministro sair da agência até que fossem recebidos. Os manifestantes chegaram a empurrar as paredes de vidro da agência. Por haver uma única porta de entrada no local, Ornélas não tinha por onde sair.
Pela manhã, os grevistas já haviam invadido a superintendência do INSS, no viaduto Santa Ifigênia (centro).
Cerca de dez agentes da Polícia Federal chegaram ao local para garantir a segurança do ministro, mas ele só conseguiu deixar a agência depois de receber a comissão dos servidores.
Antes de receber a comissão, Ornélas dizia que não tinha "nada o que conversar. A negociação é com o Ministério do Planejamento". Mas acabou recebendo o grupo, com uma exigência. "Eu recebo uma comissão desde que eles saiam" (da porta da agência), afirmou.
Os previdenciários, que estão em greve há 65 dias, reivindicam 63,68% de reajuste e redução da jornada de 40 para 30 horas semanais.

Portas fechadas
O ministro conversou a portas fechadas. Após o encontro, Ornélas saiu rapidamente, sob vaias e amparado pelos agentes federais, mas afirmou que não discutiu reajuste. "Eles querem ter conhecimento do Plano de Cargos e Salários (PCS) que a Previdência tem desenvolvido e eu vou dar conhecimento a eles", disse Ornélas.
O PCS já foi enviado ao Ministério do Planejamento.
"Nossa intenção era que o ministro assumisse o compromisso de garantir a jornada de 30 horas, mas vamos nos reunir na semana que vem com representantes do governo para discutir a questão e o plano. Queremos 30 horas, não abrimos mão disso", afirmou um dos coordenadores do comando dos previdenciários, Walace de Oliveira.


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