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SOCORRO A BANCOS
Presidente interino do STF determinou a libertação do banqueiro após ele ficar 37 dias preso no Rio
Cacciola obtém liminar e deixará prisão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente interino do STF
(Supremo Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello,
determinou ontem a libertação
do dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, após ele ficar 37
dias preso preventivamente por
ordem da Justiça Federal no Rio
de Janeiro.
Logo após a prisão, no dia 7 de
junho, os advogados do banqueiro fracassaram nas tentativas de
obter a liberdade por meio de habeas corpus no TRF (Tribunal Regional Federal) e do STJ (Superior
Tribunal de Justiça).
Marco Aurélio suspendeu a prisão preventiva ao conceder liminar pedida também em habeas
corpus. Essa ação no Supremo foi
movida na última terça-feira.
Por volta das 13h, ele anunciou a
liminar e determinou a expedição
de alvará de soltura pela 6ª Vara
Criminal Federal do Rio, responsável pela prisão do banqueiro.
Cacciola está respondendo a
uma ação penal no Rio em que é
acusado de ter realizado operações irregulares com o Banco
Central em janeiro de 1999.
O socorro do BC aos bancos
Marka e FonteCindam provocou
um prejuízo aos cofres públicos
de R$ 1,6 bilhão.
A ação também pede punição
de vários ex-dirigentes do BC, entre os quais Francisco Lopes (ex-presidente do banco).
A denúncia criminal contra ele e
outras pessoas foi oferecida pelos
procuradores da República Artur
Gueiros, Bruno Acioli e Raquel
Branquinho, juntamente com a
apresentação de pedido de prisão
preventiva. O banqueiro é acusado de gestão fraudulenta, corrupção passiva, peculato, entre outros crimes.
Defesa
Os advogados de Cacciola afirmaram, perante o Supremo, que
o cliente estaria sofrendo "constrangimento brutal" ao ser preso.
Segundo eles, a prisão não poderia ter sido decretada antes que
o banqueiro fosse ouvido para se
defender. Outro argumento é que
ela ocorreu 18 meses após o socorro do BC, sem que ele, em liberdade, tivesse apresentado alguma
ameaça para justificá-la, como
risco de fuga do país.
Ao pedir a prisão de Cacciola e
Bragança, o MPF (Ministério Público Federal) alegou possibilidade de fuga. Para os procuradores
federais, Cacciola, que tem nacionalidade italiana, poderia fugir do
país.
Até as 19h, o Supremo ainda
não havia divulgado cópia da decisão do ministro, porque, depois
de Marco Aurélio gravá-la em fita
cassete e anunciá-la, um funcionário de seu gabinete fez a transcrição da decisão e ele próprio fez
revisões de redação.
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