|
Próximo Texto | Índice
PAINEL
Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br
Crise chega ao ninho
A crise na segurança em São Paulo volta a opor Geraldo Alckmin e José Serra. Enquanto o presidenciável tucano pressiona Cláudio Lembo para que se mantenha inflexível na recusa a qualquer ajuda federal,
Serra acha que o governo paulista deveria inverter o
jogo e assumir uma postura afirmativa na crise, "qualificando" os recursos federais que seriam úteis.
Alckmin disse a Lembo e a aliados que aceitar ajuda
federal seria dar a Lula o discurso de que interveio em
São Paulo, sua seara. Já o candidato ao governo acha
que a simples recusa passa à população a imagem de
arrogância. Ele defende, por exemplo, que o Estado
use o Exército para vigiar as muralhas dos presídios e
diga para que funções tropas federais seriam úteis.
Quem dá mais. A pauta
inicial do governo de São Paulo era pedir R$ 22 milhões do
Fundo Penitenciário. Os assessores de Lembo se espantaram quando a delegação federal chegou com a proposta
de repassar R$ 100 milhões.
Ainda ele. Em vários momentos de ontem, membros
do governo estadual insinuaram que a responsabilidade
pela crise -eles faziam questão de dizer que é do sistema
penitenciário- era do ex-secretário Nagashi Furukawa,
que deixou o cargo em maio.
Delegacia. O Gabinete de
Segurança Institucional da
Presidência ficará de plantão
no final de semana para a
eventualidade de novos ataques da facção criminosa.
Superlotação. O PT pôs 40
pessoas para fazer seu programa de segurança, contra média de 5 para os demais temas.
Há professores, servidores do
Ministério da Justiça, policiais, deputados e prefeitos.
Safári. O coordenador do
grupo, José Vicente Tavares,
pretende passar dez dias na
África do Sul, conhecendo experiências de combate ao crime. O programa deve ser um
dos últimos a ficar pronto.
Sparring Foi calculada a entrada de Jorge Bornhausen no
debate da segurança. O pefelista temeu que Alckmin fosse
novamente alvo dos petistas,
e quis atrair para si a artilharia. O presidente do PFL, que
não é candidato, cumprirá esse papel na campanha.
Campo neutro. Com a
presença do vice José Alencar, a coordenação da campanha de Lula em Santa Catarina testa hoje um modelo que
pode ser levado a outros Estados: um fórum de debates
com partidos e setores empresariais que apóiam o presidente, mas não se bicam com
os petistas regionalmente.
Portas abertas. Esperidião Amin (PP), candidato ao
governo no Estado que se declara "neutro" na disputa presidencial, não foi convidado
diretamente para o evento em
Florianópolis. Mas Joarez
Ponticelli, presidente regional do PP, foi contatado para
levar correligionários e prefeitos "lulistas" da sigla.
Ponto de vista. Com a
queda na diferença entre Lula
e Alckmin nas pesquisas, os
petistas agora apontam para o
voto espontâneo, que ainda dá
15 pontos de vantagem para o
presidente. "Esse é o indicador mais importante", afirma
Jaques Wagner (BA).
Ostracismo 1. O MLST,
responsável pelo quebra-quebra na Câmara, foi excluído da
plenária formada nesta semana com 60 movimentos sociais que dão apoio à campanha reeleitoral de Lula.
Ostracismo 2. Outro ausente é o MST, que decidiu
dar apoio "envergonhado" ao
presidente para evitar constrangimento ao petista. CUT,
UNE e movimentos de moradia figuram na lista.
Fantasma. Sem ocupação
formal no governo do Rio de
Janeiro há meses, Anthony
Garotinho (PMDB) mantém
uma secretária para atendê-lo
no Palácio das Laranjeiras, de
onde despacha sua mulher, a
governadora Rosinha.
Tiroteio
Cláudio Lembo está equivocado: nem todo
mundo que quer ser governador é malandro;
talvez aqueles que foram eleitos até hoje sejam.
Do deputado ORLANDO FANTAZZINI (PSOL-SP) sobre a frase de Cláudio Lembo (PFL) segundo a qual "só malandro" quer ocupar o cargo máximo do Executivo paulista.
Contraponto
Muito prazer
Na última terça-feira, o presidente Lula recebeu o presidente de Gana, John Agyekum Kufour, para um almoço
oficial no Itamaraty.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, que assumiu o
cargo na última reforma ministerial, participou da solenidade. Uma de suas assessoras conversava pelo telefone
celular e em dado momento falou para o interlocutor:
-Espere um momento que eu vou passar você para o
ministro Orlando Silva.
A pessoa do outro lado da linha não deve ter associado
o nome ao cargo, porque a assessora, constrangida, teve
de explicar, diante do ministro:
-O Orlando Silva, ministro do Esporte, não conhece?
Próximo Texto: PT reage a Serra e vê atuação pró-tucanos da polícia de SP Índice
|