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Greenhalgh se reuniu com Dilma e falou sobre Dantas
Segundo assessoria, ministra interrompeu conversa quando petista falou sobre telefonia
Em reunião, que não consta da agenda oficial, Dilma disse a advogado que Dantas querer deixar o setor não dizia respeito ao governo
SIMONE IGLESIAS
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, recebeu
duas vezes neste ano, em audiências em seu gabinete, o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). Em uma das
reuniões, Greenhalgh comentou que o banqueiro Daniel
Dantas "tinha interesse em se
retirar do ramo da telefonia".
Em 2007, Dilma se reuniu
com Greenhalgh outras duas
vezes, segundo confirmou a assessoria da Casa Civil. Mas os
encontros não constam da
agenda oficial da ministra.
Não há informação sobre o
que foi tratado nas audiências,
mas o tema Dantas foi introduzido por Greenhalgh em pelo
menos uma delas. Após o ex-deputado comentar que Dantas
tinha interesse em deixar o setor de telefonia, Dilma interrompeu o assunto, segundo informou sua assessoria, e disse a
Greenhalgh "que era um assunto que deveria ser tratado com
os sócios de Dantas, pois não
dizia respeito ao governo".
O Planalto confirma que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva se encontrou com Greenhalgh em uma ocasião, em 26
de junho de 2007, no aeroporto
de Congonhas, mas não informou sobre o que conversaram.
Ontem, a Comissão de Ética
Pública da Presidência decidiu
que analisará o comportamento do chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, que também falou com Greenhalgh e
atendeu a um pedido do advogado, segundo aponta a PF.
A próxima reunião da comissão está marcada para 4 de
agosto. Se for chamado a se explicar e, dependendo do que
responder, poderá ser aberto
processo administrativo.
Em nota divulgada ontem,
Carvalho admitiu que procurou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), a pedido
de Greenhalgh, para esclarecer
se Humberto Braz, ligado ao
banqueiro, era investigado pela
Abin (Agência Brasileira de Inteligência) por um suposto "tenente" a serviço do órgão.
Ele diz que o ex-deputado pediu que ele obtivesse mais informações sobre seu cliente
com a PF, mas que não fez contato nem com o Ministério da
Justiça nem com a PF. Carvalho teve três encontros com o
ex-deputado neste ano em audiências no Planalto. Greenhalgh não quis comentar.
Ao ser questionado se considera normal que assessor da
Presidência repasse dados a advogados, o Planalto disse que
não comentaria o assunto porque Lula considerou que a nota
de Carvalho encerra o tema.
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