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VENENO EM QUADRINHOS
"Movimento Independente Lula Presidente", articulado por um pecuarista, bancou a edição
Gibi pró-Lula compara Ciro com Collor
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Um gibi contando a trajetória
política de Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), lançado anteontem
durante jantar de apoio ao presidenciável, em Curitiba, apresenta o presidente Fernando Henrique Cardoso e os adversários do
petista na corrida presidencial
José Serra (PSDB) e Ciro Gomes
(PPS) como personagens subordinados aos interesses de banqueiros. O gibi também compara Ciro com Fernando Collor.
No tradicional estilo dos gibis,
Lula encarna o personagem de
herói -ou mocinho. Os adversários e o presidente desempenham papéis de vilões. A linha
do gibi destoa da postura moderada que o candidato petista vinha assumindo até anteontem,
quando a cúpula do partido e o
próprio candidato endureceram
o discurso, na abordagem da
turbulência econômica que o
país atravessa.
Em papel de boa qualidade e
tamanho próximo ao padrão de
revista, o gibi é assumido e foi
bancado pelo "Movimento Independente Lula Presidente". O
movimento tem no pecuarista
de Ponta Grossa (PR) Valter Sâmara, 62, seu principal articulador. Reúne, na maioria, empresários e profissionais liberais do
Paraná, mas tem seguidores em
outros Estados.
"Lula - A História de um Vencedor" condensa em 28 páginas
a vida de Lula desde o nascimento no sertão pernambucano. Desenhado por Bira Dantas e com
apresentação do cartunista Paulo Caruso, o gibi relata a infância
pobre e o trabalho duro.
É na abordagem da participação dos adversários de Lula na
política brasileira que o gibi traz
os ingredientes mais picantes.
Na página 24, dois quadros
apresentam FHC como subserviente ao FMI (Fundo Monetário Internacional). O terceiro
mostra três empresários conspirando sobre as eleições.
O primeiro personagem afirma que "a política do FHC tem
que continuar com o novo governo". O segundo enfoca na
memória a figura de Serra e diz
que o candidato do governo
"poderá cumprir esse papel". O
terceiro propõe que o grupo crie
um novo Collor. O quadro foca
na memória do interlocutor as
figuras de Ciro e Collor juntos.
O coordenador da campanha
de Lula no Paraná, Daniel Godoy Júnior, disse que o gibi foi
uma colaboração espontânea do
movimento, e que não passou
pelo crivo do partido.
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