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GOVERNADORES
Candidatos ao governo de SP trocam ataques em programas transmitidos no mesmo horário, em Santos
Maluf e Alckmin travam duelo pela TV
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Paulo Maluf (PPB), líder das
pesquisas de intenção de voto para o governo paulista, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB),
candidato à reeleição e segundo
colocado, travaram ontem uma
batalha verbal em programas distintos de TV na Baixada Santista.
Os dois estiveram na região para participar de programas locais
de debate político que vão ao ar
no mesmo horário (13h) em
emissoras concorrentes.
Enquanto Maluf falava ao vivo
no "Notícias em Debate", da TV
Brasil (afiliada do SBT e pertencente ao ex-governador e candidato ao Senado, Orestes Quércia,
do PMDB), Alckmin aparecia no
"Opinião", gravado horas antes
na TV Mar (afiliada da rede Record e de propriedade do ex-deputado e presidente estadual do
PTB, Gastone Righi).
Maluf se dedicou a atacar os tucanos -"PSDB é Partido Socorro
dos Banqueiros"- e atingir Alckmin -"foi escolhido por Mário
Covas para ser vice para não atrapalhar". Ele acusou o tucano de
cometer crime eleitoral.
"Estou pedindo a quebra do sigilo telefônico do Palácio dos
Bandeirantes. Usam aquilo como
se fosse comitê tucano, com dinheiro do povo", afirmou.
Ao seu estilo, o pepebista fez
inúmeras promessas: acabar com
a violência em Santos e "consertar" as finanças do Estado em seis
meses, criar a Secretaria da Região Metropolitana da Baixada
Santista, construir um túnel entre
Santos e Guarujá e uma estrada
entre Parelheiros, em São Paulo, e
Praia Grande, no litoral.
Alckmin, que já havia apelidado
Maluf de "promessão" na noite
anterior, classificou o adversário,
durante caminhada em Santos, de
manhã, de "um enorme de um
oportunista". "Ele faz pesquisa, vê
lá o que o marqueteiro manda falar e sai falando", disse.
O governador, que apóia José
Serra (PSDB), criticou o fato de
Maluf não se posicionar na eleição presidencial -ontem, o pepebista disse não ter restrições a
nenhum deles e admitiu até votar
em Lula (PT). "Ele é que nem biruta de aeroporto. Gira de acordo
com o vento", disse Alckmin.
Embora tivesse prometido que,
por não ter se licenciado do cargo,
participaria de atividades de campanha somente à noite, nos intervalos para almoço e nos finais de
semana, ontem o governador iria
trabalhar somente meio período.
"Tínhamos várias entrevistas a
órgãos de imprensa e concentramos nesta manhã para poder ganhar tempo. Vamos estar com o
período da tarde todo dedicado
ao governo. Não haverá nenhum
prejuízo", disse o governador.
Coincidência
A presença simultânea de ambos os candidatos nas TVs teria sido coincidência, embora Maluf
não tivesse agenda de campanha
na região -ele chegou de helicóptero a São Vicente (onde fica a
sede da emissora) unicamente para participar do programa e voltou em seguida para São Paulo.
De acordo com a produção da
"TV Brasil" e com a assessoria do
candidato, o pepebista havia sido
previamente convidado. Alckmin
estava em Santos desde a noite
anterior, para fazer campanha.
Não se aferiu audiência. No
SBT, o apresentador Paulo Schiff
disse que o programa de ontem
foi o que recebeu mais telefonemas com perguntas de espectadores (cerca de 300) -o recorde anterior, segundo ele, era 210.
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