São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002

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GOVERNADORES

Candidatos ao governo de SP trocam ataques em programas transmitidos no mesmo horário, em Santos

Maluf e Alckmin travam duelo pela TV

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Paulo Maluf (PPB), líder das pesquisas de intenção de voto para o governo paulista, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição e segundo colocado, travaram ontem uma batalha verbal em programas distintos de TV na Baixada Santista.
Os dois estiveram na região para participar de programas locais de debate político que vão ao ar no mesmo horário (13h) em emissoras concorrentes.
Enquanto Maluf falava ao vivo no "Notícias em Debate", da TV Brasil (afiliada do SBT e pertencente ao ex-governador e candidato ao Senado, Orestes Quércia, do PMDB), Alckmin aparecia no "Opinião", gravado horas antes na TV Mar (afiliada da rede Record e de propriedade do ex-deputado e presidente estadual do PTB, Gastone Righi).
Maluf se dedicou a atacar os tucanos -"PSDB é Partido Socorro dos Banqueiros"- e atingir Alckmin -"foi escolhido por Mário Covas para ser vice para não atrapalhar". Ele acusou o tucano de cometer crime eleitoral.
"Estou pedindo a quebra do sigilo telefônico do Palácio dos Bandeirantes. Usam aquilo como se fosse comitê tucano, com dinheiro do povo", afirmou.
Ao seu estilo, o pepebista fez inúmeras promessas: acabar com a violência em Santos e "consertar" as finanças do Estado em seis meses, criar a Secretaria da Região Metropolitana da Baixada Santista, construir um túnel entre Santos e Guarujá e uma estrada entre Parelheiros, em São Paulo, e Praia Grande, no litoral.
Alckmin, que já havia apelidado Maluf de "promessão" na noite anterior, classificou o adversário, durante caminhada em Santos, de manhã, de "um enorme de um oportunista". "Ele faz pesquisa, vê lá o que o marqueteiro manda falar e sai falando", disse.
O governador, que apóia José Serra (PSDB), criticou o fato de Maluf não se posicionar na eleição presidencial -ontem, o pepebista disse não ter restrições a nenhum deles e admitiu até votar em Lula (PT). "Ele é que nem biruta de aeroporto. Gira de acordo com o vento", disse Alckmin.
Embora tivesse prometido que, por não ter se licenciado do cargo, participaria de atividades de campanha somente à noite, nos intervalos para almoço e nos finais de semana, ontem o governador iria trabalhar somente meio período.
"Tínhamos várias entrevistas a órgãos de imprensa e concentramos nesta manhã para poder ganhar tempo. Vamos estar com o período da tarde todo dedicado ao governo. Não haverá nenhum prejuízo", disse o governador.

Coincidência
A presença simultânea de ambos os candidatos nas TVs teria sido coincidência, embora Maluf não tivesse agenda de campanha na região -ele chegou de helicóptero a São Vicente (onde fica a sede da emissora) unicamente para participar do programa e voltou em seguida para São Paulo.
De acordo com a produção da "TV Brasil" e com a assessoria do candidato, o pepebista havia sido previamente convidado. Alckmin estava em Santos desde a noite anterior, para fazer campanha.
Não se aferiu audiência. No SBT, o apresentador Paulo Schiff disse que o programa de ontem foi o que recebeu mais telefonemas com perguntas de espectadores (cerca de 300) -o recorde anterior, segundo ele, era 210.


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