|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Campanha vai ao ar sem programa
Lula, Alckmin e Heloísa Helena chegam ao horário eleitoral sem propostas de governo concluídas
Presidenciáveis devem apresentar documentos genéricos, sem detalhar metas; crise da segurança ganha atenção especial
MALU DELGADO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O horário eleitoral gratuito
começa hoje sem que os brasileiros saibam exatamente o que
pensam os presidenciáveis. Os
principais candidatos à Presidência -Luiz Inácio Lula da
Silva, Geraldo Alckmin e Heloísa Helena- iniciaram suas
campanhas sem divulgar seus
projetos de governo. A tendência é que os programas sejam
genéricos, semelhantes em algumas obviedades, e não aprofundem propostas.
A coordenação de campanha
de Lula cogitava divulgar o programa de governo hoje, assim
como o candidato do PSDB.
Nenhum cumpriu a promessa.
Heloísa Helena não tinha a
mesma disposição. "Nosso timing não é o programa de TV",
disse Luiz Araújo, coordenador
da campanha da senadora.
Coordenadores de Lula agora estabelecem o dia 25 para
concluir o programa. Foram
criadas 32 comissões temáticas
que, segundo os envolvidos no
debate mencionarão apenas diretrizes principais.
Os auxiliares do presidente
argumentam que um eventual
segundo mandato será de continuidade, combinando "crescimento com desenvolvimento", com ampliação de programas sociais e investimentos.
Segundo o coordenador de
campanha de Alckmin, João
Carlos Meirelles, "o programa
está praticamente pronto e será apresentado pelo candidato
ao longo do horário eleitoral".
Ainda sem programa, o tucano se escora na proposta preliminar apresentada na convenção que o homologou candidato, em que defende, sobretudo,
"mais crescimento econômico
e choque de gestão".
As propostas de Heloísa, segundo o coordenador Araújo,
baseiam-se na mudança do modelo econômico, a partir da redução "dramática" dos juros.
Apesar de os programas não
estarem concluídos, os candidatos têm apresentado algumas propostas, a conta-gotas,
desde junho. A Folha teve
acesso a algumas das idéias em
estudo nos comitês dos presidenciáveis (veja quadro abaixo). A área de segurança ganhou atenção especial.
Lula e Alckmin sofrem do
mesmo mal. Os programas são
elaborados por auxiliares que
ocupam cargos nos governos
federal ou estaduais. Como temem críticas por suposto uso
da máquina pública, o petista e
o tucano pedem aos colaboradores que trabalhem fora do
expediente administrativo.
O coordenador-geral de programa de governo de Lula,
Marco Aurélio Garcia, que é assessor especial da Presidência,
não fala com a imprensa sobre
o programa em horário de expediente. Procurado pela Folha, não se manifestou.
César Benjamin, vice de Heloísa, faz o programa dela.
Texto Anterior: Eleições 2006/Judiciário: Presidente do TSE diz que sociedade elege os maus candidatos Próximo Texto: Estados Unidos: Candidato tem que registrar programa três meses antes Índice
|