São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Campanha vai ao ar sem programa

Lula, Alckmin e Heloísa Helena chegam ao horário eleitoral sem propostas de governo concluídas

Presidenciáveis devem apresentar documentos genéricos, sem detalhar metas; crise da segurança ganha atenção especial

MALU DELGADO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FABIANE LEITE

DA REPORTAGEM LOCAL

O horário eleitoral gratuito começa hoje sem que os brasileiros saibam exatamente o que pensam os presidenciáveis. Os principais candidatos à Presidência -Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Heloísa Helena- iniciaram suas campanhas sem divulgar seus projetos de governo. A tendência é que os programas sejam genéricos, semelhantes em algumas obviedades, e não aprofundem propostas.
A coordenação de campanha de Lula cogitava divulgar o programa de governo hoje, assim como o candidato do PSDB. Nenhum cumpriu a promessa. Heloísa Helena não tinha a mesma disposição. "Nosso timing não é o programa de TV", disse Luiz Araújo, coordenador da campanha da senadora.
Coordenadores de Lula agora estabelecem o dia 25 para concluir o programa. Foram criadas 32 comissões temáticas que, segundo os envolvidos no debate mencionarão apenas diretrizes principais.
Os auxiliares do presidente argumentam que um eventual segundo mandato será de continuidade, combinando "crescimento com desenvolvimento", com ampliação de programas sociais e investimentos.
Segundo o coordenador de campanha de Alckmin, João Carlos Meirelles, "o programa está praticamente pronto e será apresentado pelo candidato ao longo do horário eleitoral".
Ainda sem programa, o tucano se escora na proposta preliminar apresentada na convenção que o homologou candidato, em que defende, sobretudo, "mais crescimento econômico e choque de gestão".
As propostas de Heloísa, segundo o coordenador Araújo, baseiam-se na mudança do modelo econômico, a partir da redução "dramática" dos juros.
Apesar de os programas não estarem concluídos, os candidatos têm apresentado algumas propostas, a conta-gotas, desde junho. A Folha teve acesso a algumas das idéias em estudo nos comitês dos presidenciáveis (veja quadro abaixo). A área de segurança ganhou atenção especial.
Lula e Alckmin sofrem do mesmo mal. Os programas são elaborados por auxiliares que ocupam cargos nos governos federal ou estaduais. Como temem críticas por suposto uso da máquina pública, o petista e o tucano pedem aos colaboradores que trabalhem fora do expediente administrativo.
O coordenador-geral de programa de governo de Lula, Marco Aurélio Garcia, que é assessor especial da Presidência, não fala com a imprensa sobre o programa em horário de expediente. Procurado pela Folha, não se manifestou.
César Benjamin, vice de Heloísa, faz o programa dela.


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