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Deputados moram em "república" para poupar dinheiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O dinheiro do auxílio-moradia nem sempre é usado diretamente por deputados para a finalidade de alugar casa, apartamento, flat ou para pagar as
despesas de hotel. Sobretudo
em legislaturas passadas, havia
a prática da "república" entre
parlamentares.
O argumento geral dos defensores da prática é que o salário dos deputados nas legislaturas passadas era baixo e que o
dinheiro do auxílio era usado
para cobrir despesas de manutenção dos apartamentos.
"Isso acontecia, é uma opção
financeira, o deputado ganhava muito pouco naquela época.
De 1994 até 1998, o problema
salarial era muito grave", afirma o deputado Ciro Nogueira
(PFL-PI), responsável na Mesa
da Câmara pela administração
das moradias parlamentares. O
salário bruto dos deputados de
1995 a 2001 era de R$ 8.000.
Nogueira disse não duvidar
que a prática persista até hoje e
disse considerá-la normal. "O
deputado bota no apartamento
dele quem ele quiser, é opção
dele. Eu não vejo nenhum problema", afirmou.
Os petistas são famosos na
Câmara por terem usado fartamente o expediente da divisão
de apartamentos. Por ele, um
deputado morava no apartamento funcional (ou seja, não
recebia o auxílio-moradia),
mas dividia o imóvel com um
ou mais colegas. Esses não perdiam direito ao benefício.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
e os hoje ministros Humberto
Costa (Saúde), Olívio Dutra
(Cidades) e Miguel Rossetto
(Desenvolvimento Agrário)
moraram nas "repúblicas".
"Só tem pobre no PT e no PC
do B. Eu também já fiz isso",
afirma o deputado Carlito
Merss (PT-SC), que defende a
reforma dos imóveis e o fim do
auxílio em dinheiro.
(RB)
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