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São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2003

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Deputados moram em "república" para poupar dinheiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dinheiro do auxílio-moradia nem sempre é usado diretamente por deputados para a finalidade de alugar casa, apartamento, flat ou para pagar as despesas de hotel. Sobretudo em legislaturas passadas, havia a prática da "república" entre parlamentares.
O argumento geral dos defensores da prática é que o salário dos deputados nas legislaturas passadas era baixo e que o dinheiro do auxílio era usado para cobrir despesas de manutenção dos apartamentos.
"Isso acontecia, é uma opção financeira, o deputado ganhava muito pouco naquela época. De 1994 até 1998, o problema salarial era muito grave", afirma o deputado Ciro Nogueira (PFL-PI), responsável na Mesa da Câmara pela administração das moradias parlamentares. O salário bruto dos deputados de 1995 a 2001 era de R$ 8.000.
Nogueira disse não duvidar que a prática persista até hoje e disse considerá-la normal. "O deputado bota no apartamento dele quem ele quiser, é opção dele. Eu não vejo nenhum problema", afirmou.
Os petistas são famosos na Câmara por terem usado fartamente o expediente da divisão de apartamentos. Por ele, um deputado morava no apartamento funcional (ou seja, não recebia o auxílio-moradia), mas dividia o imóvel com um ou mais colegas. Esses não perdiam direito ao benefício.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e os hoje ministros Humberto Costa (Saúde), Olívio Dutra (Cidades) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) moraram nas "repúblicas".
"Só tem pobre no PT e no PC do B. Eu também já fiz isso", afirma o deputado Carlito Merss (PT-SC), que defende a reforma dos imóveis e o fim do auxílio em dinheiro. (RB)


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