São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

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Para presidente, Chávez é "bom parceiro" do país

DA ENVIADA A OSLO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou ontem a importância do que chamou de "conjunto de governantes progressistas" na América Latina, após "muitas décadas de conservadorismo". Se referiu ao colega venezuelano, Hugo Chávez, como "um bom parceiro do Brasil", e evitou polemizar.
"Os problemas do presidente Chávez com seus discursos internos, com relação aos Estados Unidos, é um problema do Chávez e da Venezuela. (...) É assim, nessa convivência, na adversidade, que a gente constrói a solidez da democracia."
No dia 20, Lula e Chávez se encontrarão em Manaus para um almoço marcado com o objetivo de discutir a agenda dos países. Segundo a Venezuela, Lula teria acertado o almoço em telefonema a Chávez, em que teria demonstrado apoio à intermediação que vem sendo feita por Caracas entre o governo colombiano e guerrilheiros.
Na pauta do encontro entrarão questões energéticas. A PDVSA, estatal venezuelana do petróleo parceira da Petrobras na construção de refinaria em Pernambuco, não enviou representantes a solenidade que marcou o início das obras no Estado na semana anterior à viagem de Lula à Europa. Há um impasse quanto à obra. Em agosto, Chávez disse que a demora brasileira em iniciar as obras era "uma vergonha".
A menção de Lula a Chávez ocorreu em uma entrevista coletiva em Oslo. Lula foi questionado por uma jornalista norueguesa sobre seus "amigos de esquerda". Ele respondeu que suas visitas não são pautadas pela opção ideológica dos governantes. "Não é uma opção ideológica. É opção de homem de Estado, que precisa ter relações democráticas com todos."

Acordo
A Petrobras e a estatal norueguesa do petróleo, a Statoil, assinaram ontem memorando de entendimento, um dos poucos pontos concretos da visita de Lula, que prevê parcerias em dois campos: biocombustíveis e exploração de petróleo. As empresas se comprometem a cooperar em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para a produção de uma "segunda geração" de álcool, a partir de celulose, e de biodiesel. Também prevêem definir requisitos para a certificação do álcool.
À tarde, questionado sobre como fomentar o álcool a um dos países que mais exporta petróleo (a Noruega é a terceira maior produtora), Lula afirmou: "Não é incompatível. O Brasil utiliza 25% de álcool na sua gasolina. A União Européia aprovou que até 2020 irá adicionar 10% de etanol na sua gasolina (...). Aliás, quanto mais gasolina tiver, mais nós temos que misturar". (LS)


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