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Para presidente, Chávez é "bom parceiro" do país
DA ENVIADA A OSLO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou ontem a
importância do que chamou de
"conjunto de governantes progressistas" na América Latina,
após "muitas décadas de conservadorismo". Se referiu ao
colega venezuelano, Hugo Chávez, como "um bom parceiro do
Brasil", e evitou polemizar.
"Os problemas do presidente
Chávez com seus discursos internos, com relação aos Estados Unidos, é um problema do
Chávez e da Venezuela. (...) É
assim, nessa convivência, na
adversidade, que a gente constrói a solidez da democracia."
No dia 20, Lula e Chávez se
encontrarão em Manaus para
um almoço marcado com o objetivo de discutir a agenda dos
países. Segundo a Venezuela,
Lula teria acertado o almoço
em telefonema a Chávez, em
que teria demonstrado apoio à
intermediação que vem sendo
feita por Caracas entre o governo colombiano e guerrilheiros.
Na pauta do encontro entrarão questões energéticas. A
PDVSA, estatal venezuelana do
petróleo parceira da Petrobras
na construção de refinaria em
Pernambuco, não enviou representantes a solenidade que
marcou o início das obras no
Estado na semana anterior à
viagem de Lula à Europa. Há
um impasse quanto à obra. Em
agosto, Chávez disse que a demora brasileira em iniciar as
obras era "uma vergonha".
A menção de Lula a Chávez
ocorreu em uma entrevista coletiva em Oslo. Lula foi questionado por uma jornalista norueguesa sobre seus "amigos de esquerda". Ele respondeu que
suas visitas não são pautadas
pela opção ideológica dos governantes. "Não é uma opção
ideológica. É opção de homem
de Estado, que precisa ter relações democráticas com todos."
Acordo
A Petrobras e a estatal norueguesa do petróleo, a Statoil, assinaram ontem memorando de
entendimento, um dos poucos
pontos concretos da visita de
Lula, que prevê parcerias em
dois campos: biocombustíveis e
exploração de petróleo. As empresas se comprometem a cooperar em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para a
produção de uma "segunda geração" de álcool, a partir de celulose, e de biodiesel. Também
prevêem definir requisitos para a certificação do álcool.
À tarde, questionado sobre
como fomentar o álcool a um
dos países que mais exporta petróleo (a Noruega é a terceira
maior produtora), Lula afirmou: "Não é incompatível. O
Brasil utiliza 25% de álcool na
sua gasolina. A União Européia
aprovou que até 2020 irá adicionar 10% de etanol na sua gasolina (...). Aliás, quanto mais
gasolina tiver, mais nós temos
que misturar".
(LS)
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