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Lula defende internet livre nas eleições
Presidente diz que é necessário "normatizar sem proibir a liberdade" e afirma que "é importante que a vida das pessoas seja futucada"
Senado deve votar hoje a parcela mais polêmica do pacote de mudanças nas regras eleitorais; tendência é que uso da web seja liberado
SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL A BOA VISTA (RR)
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem o
uso "livre" da internet nas campanhas eleitorais, assunto que
está sendo debatido na reforma
eleitoral, prevista para ser votada hoje no Senado. A tendência
é de aprovação de emenda que
libera a cobertura pela rede
mundial dos computadores.
Outra mudança provável é a
de realização de eleição direta
para preencher os cargos de governadores e prefeitos que ficarem vagos por cassação dos titulares pela Justiça. Atualmente, o segundo colocado assume,
se a eleição foi em segundo turno. Se foi em primeiro, há nova
eleição, direta (menos de dois
anos de governo) ou indireta.
A rádios de Roraima Lula disse que durante anos os políticos
lutaram pela liberdade de expressão e que, agora, não podem trancar inovações tecnológicas. Por isso, afirmou, seria
"loucura" proibir o uso da web.
"Eu acho que a eleição não
pode ser uma coisa que cause
tanto medo a algumas pessoas
que querem proibir. Vivemos a
vida inteira com liberdade política, liberdade de organização
partidária, de expressão, de comunicação, e agora, você começa a trancar isso? Fui muito vítima disso e acho que tem que
ser livre mesmo", disse.
Lula afirmou que os internautas devem ter o direito de
ter acesso a dados sobre candidatos. "É importante que as
pessoas saibam quem é o candidato, que a vida das pessoas seja
futucada na internet porque
tem coisas boas e ruins."
E ressaltou a necessidade de
discutir a regulamentação do
uso da internet, especialmente
no caso de pedofilia. "A internet é uma coisa que fugiu ao
controle do criador. O que é importante é que a gente tenha o
seguinte cuidado: a gente precisa normatizar sem proibir a liberdade de internet", disse.
O Senado aprovou na semana passada o texto principal da
reforma eleitoral, mas deixou
para votar em separado pontos
mais polêmicos, como emenda
do senador Aloizio Mercadante
(PT-SP) que retira restrições às
informações na internet na
eleição. Nos últimos dias, cresceu a chance de a emenda ser
aprovada. PT, DEM, PTB e
PMDB devem votar em bloco
pela liberação total.
O parecer dos relatores,
Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
e Marco Maciel (DEM-PE), é
mais restritivo. Libera blogs e
sites de relacionamento para
defenderem um determinado
candidato ou partido, mas impede que sites jornalísticos ou
portais deem tratamento privilegiado a qualquer concorrente, a menos que haja razão jornalística para isso. O problema,
dizem os críticos, é definir o
que é tratamento privilegiado.
Também haverá polêmica
sobre a criação de uma "cláusula de barreira" para ida a debates. A proposta acatada pelos
relatores é que só candidatos de
partidos com ao menos dez
congressistas sejam obrigatoriamente convidados.
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