São Paulo, terça-feira, 15 de setembro de 2009

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Tumulto marca sessão de
CPI contra Yeda

Sindicalistas invadiram sala onde base aliada concedia entrevista para criticar a presidente da comissão

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O impasse entre aliados da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e sua oposição resultou em confusão ontem, na Assembleia Legislativa. Houve um tumulto entre sindicalistas contrários à tucana e deputados governistas.
Para pressionar deputados da base a comparecer às sessões da CPI que investiga a tucana, deputados de oposição exibiram gravações feitas pela Polícia Federal de telefonemas em que aliados de Yeda aparecem supostamente negociando recebimento de propina.
Enquanto a oposição apresentava as gravações numa sessão esvaziada, os deputados da base de Yeda convocaram uma entrevista coletiva para criticar a presidente da CPI, Stela Farias (PT). Um grupo de sindicalistas, integrantes do movimento "Fora, Yeda", invadiu a sala e houve tumulto. Quando deixaram o local, seguranças passaram a vigiar a sala.
A maioria das conversas telefônicas são de outubro de 2007, dias antes de a PF deflagrar a Operação Rodin. Os áudios integram a ação civil pública movida pelo MPF (Ministério Público Federal) contra Yeda e outras oito pessoas.
Os deputados da base aliada se ausentaram das três últimas sessões para não dar quorum à votação dos requerimentos para a convocação de pessoas.
Segundo a base, as provas apresentadas até agora "não têm valor legal" porque não foram aprovadas pelo plenário antes de serem requeridas pela presidente da comissão.
Os aliados de Yeda, que ocupam 8 das 12 vagas da CPI, dizem que só voltarão às sessões depois que Stela se comprometer a submeter ao plenário a votação de um plano de trabalho.
A petista vê obstrução. "Não vamos ficar na pauta daqueles que não querem investigar."
Quatro dias após a Assembleia iniciar a tramitação de seu pedido de impeachment, a governadora esteve na Casa para entregar o projeto de lei orçamentário do ano que vem.
Ao anunciar o orçamento, que prevê investimentos diretos e de estatais de R$ 2,8 bilhões (crescimento de 21% em relação a 2008), Yeda exaltou o equilíbrio das contas públicas, sua principal bandeira.
A governadora não falou sobre o pedido de impeachment, que começa a tramitar hoje.


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