São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 2002

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PT SOB SUSPEITA

Prefeito de Catanduva nega suposta intimidação por seguranças

Publicitário diz ter sido ameaçado

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O publicitário Pedro Lyrio, 51, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Seccional de Polícia de Catanduva (SP) acusando o prefeito da cidade, Félix Sahão Júnior (PT), de tê-lo ameaçado.
Lyrio trabalha na empresa UP Propaganda e Marketing S/C Ltda., de propriedade de sua mulher, Laede Lia de Moraes. A UP deteve a conta de publicidade da Prefeitura de Catanduva (a 385 km de São Paulo) por três anos.
Na edição de domingo, a Folha publicou entrevista com Lia na qual ela afirma que a Prefeitura de Catanduva pagou panfletos e faixas para a campanha de Rui Falcão (PT) a deputado federal em 1998. O material teria custado R$ 17.900, de acordo com documentos apreendidos na casa de Lia.
Félix confirma ter apoiado Falcão para deputado federal em 1998, mas nega veementemente ter utilizado dinheiro público para custear material de campanha. Falcão também nega a acusação de Lia.
Em 2 de outubro, quando o prefeito já havia sido ouvido pela Folha sobre as acusações de Lia, Félix encontrou-se com Lyrio no Mercado Municipal de Catanduva. O publicitário carregava seu filho de oito meses no colo.
Segundo a versão relatada por Lyrio à polícia, "ao passar ao lado, o prefeito, intencionalmente, com o movimento do ombro direito, deu-lhe um forte "tranco" no ombro direito, o que fez com que se desequilibrasse, quase derrubando a criança".
Em seguida, o publicitário teria sido ameaçado pelos seguranças do prefeito. "É bom a gente conhecer a sua cara; você está marcado", teria sido um dos seguranças, segundo a versão de Lyrio.

Outro lado
O prefeito de Catanduva, Félix Sahão Júnior, negou que seus seguranças tivessem ameaçado o publicitário Pedro Lyrio e afirmou que irá processá-lo.
Félix diz que estava conversando com as pessoas no Mercado Municipal de Catanduva, acompanhado de sua irmã Beth Sahão, que seria eleita deputada estadual quatro dias depois.
O prefeito relata que alguém esbarrou nele e, quando ele se virou para ver quem era e pedir desculpas, percebeu tratar-se de Lyrio.
"Ele começou a gesticular, e os meus seguranças o afastaram de mim", disse o prefeito, que afirma ter sido vítima de uma "armação" com supostos objetivos político-eleitorais.


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