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SEGUNDO TURNO
Tucano critica resistência de Lula em participar de debates e volta a acenar com o fantasma da crise na Venezuela
Serra liga alta dos juros ao cenário eleitoral
DA REDAÇÃO
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, atribuiu ontem
a elevação dos juros pelo Banco
Central às incertezas do cenário
eleitoral em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura.
Questionado sobre as medidas
do BC, respondeu: "Por que o dólar está subindo? A economia brasileira tem bases sólidas. A oscilação do dólar tem motivação internacional. Paralelamente, tem a incerteza sobre qual será a política
econômica a partir de janeiro".
E completou: "Uma vez definido o próximo governo, garanto
que se eu for eleito a taxa de juros
cairá e o dólar cairá também". Ele
preferiu, porém, não analisar a
eficácia do aumento dos juros: "O
BC adotou uma medida forte e
deve ter tido suas razões".
Segundo Serra, "a ambiguidade
do PT, de acender uma vela para
Deus e outra para o Diabo, uma
para o PSTU e outra o FMI, configura uma ambiguidade que tem
consequências na economia". E
voltou a usar a crise na Venezuela:
"A Venezuela teve um processo
eleitoral em que se prometia um
sonho, uma proposta em alguns
pontos parecida com a do PT".
Durante boa parte do programa, Serra reiterou a necessidade
de debater as propostas dos dois
candidatos e criticou a resistência
de Luiz Inácio Lula da Silva em
comparecer a mais de um debate.
Na abertura do programa, o apresentador Paulo Markun disse que
Lula também fora convidado para
o programa, mas que o convite foi
recusado por "motivos de agenda": "O mesmo motivo alegado
para restringir a participação de
Lula dos debates na TV".
De acordo com Serra, "está havendo um esforço por parte do PT
e do Lula de não explicitar suas
propostas, há um esforço no sentido de tirar nitidez para poder somar". Ele criticou a afirmação de
que sua eleição representaria um
terceiro mandato para Fernando
Henrique Cardoso: "Estou fazendo uma proposta para o futuro. O
Brasil não vai ser governado por
balanços. A questão não é ficar
debatendo o que já aconteceu".
Ele aproveitou para criticar a
política econômica de FHC: "Todos sabem que eu fui crítico da
política cambial. Acho que essa
política cambial não foi boa para a
economia brasileira". Em seguida, destacou suas diferenças: "Se
eleito, comparado aos outros, eu
sou o candidato que mais vai mudar". Mais adiante, reiterou: "Eu
sou o candidato mais à esquerda".
Ele criticou as afirmações de
que é o candidato do governo:
"Eu tenho o apoio do Fernando
Henrique. Tenho o apoio do chefe
do governo. Mas o governo não
disputa eleição". E acrescentou:
"Não estamos fazendo um plebiscito sobre o governo FHC".
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