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CURITIBA
Partido ameaça com punição quem manifestar apoio ao PT ou ao PSDB
PPS declara independência no 2º turno
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Nem Ângelo Vanhoni (PT),
nem Beto Richa (PSDB). O PPS
decidiu anteontem à noite se declarar "independente" em relação
ao segundo turno da disputa a
prefeito de Curitiba e ameaça filiados que manifestarem apoio
público a um dos dois candidatos.
Rubens Bueno -o candidato
do partido que fez 20,04% dos votos no primeiro turno e vinha incorporando o papel de "noiva" da
atual disputa- disse ontem que,
com a decisão tomada, "o PPS sai
de cena no segundo turno".
"Independência quer dizer que
o partido não está com nenhum
dos candidatos e rompe com o
que está aí e com o passado", afirmou Bueno, ao rejeitar a definição de neutralidade.
Bueno -que concorreu ao governo do Paraná em 2002, fez
campanha para o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no segundo
turno e que no governo do PT foi
diretor administrativo da Itaipu- também nega que a decisão
resulte de um racha interno. Os
quatro vereadores eleitos pelo
partido estariam dispostos a
apoiar Richa. O presidente do diretório municipal, deputado estadual Marcos Isfer, apóia Vanhoni.
Enquanto Bueno explicava a
posição do partido, ontem à tarde, Vanhoni e seu principal cabo
eleitoral no Estado, o governador
Roberto Requião (PMDB), faziam festa em um hotel da cidade
para receber o apoio formal do
candidato derrotado a prefeito
pelo PL, deputado estadual Mauro Moraes.
"Tenho um eleitorado definido
na região sul [que concentra a baixa renda] da cidade, vou me engajar na campanha e bater de casa
em casa para transferir meus votos ao candidato do PT", disse
Moraes. Ele teve 4,73% (cerca de
44 mil) dos votos em 3 de outubro.
A posição de Moraes não é a
mesma do PL. O partido liberou
os filiados a escolher entre Richa e
Vanhoni. Moraes disse que sua
decisão decorre de pedidos do vice-presidente da República, José
Alencar, e do presidente do PL
nacional, Valdemar da Costa Neto. Ele afirmou ter recebido telefonemas dois dois antes de se definir. "Por coerência, achei por bem
manter a aliança nacional [com o
PT]", disse.
Ontem, na estréia da propaganda política do segundo turno, a
campanha de Vanhoni tentou
atrair os votos dos eleitores de
Bueno e deu a entender que o candidato derrotado do PPS o apoia
agora.
Bueno disse que sua assessoria
poderia pleitear um direito de resposta no tempo de Vanhoni. O
candidato do PT reagiu dizendo
que "basta uma conversa" para o
entendimento. "Preciso conversar com todos os eleitores de Curitiba e vou conversar com os eleitores do Rubens", afirmou o petista. A campanha tucana diz que
a petista "fez propaganda enganosa".
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