São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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CURITIBA

Partido ameaça com punição quem manifestar apoio ao PT ou ao PSDB

PPS declara independência no 2º turno

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Nem Ângelo Vanhoni (PT), nem Beto Richa (PSDB). O PPS decidiu anteontem à noite se declarar "independente" em relação ao segundo turno da disputa a prefeito de Curitiba e ameaça filiados que manifestarem apoio público a um dos dois candidatos.
Rubens Bueno -o candidato do partido que fez 20,04% dos votos no primeiro turno e vinha incorporando o papel de "noiva" da atual disputa- disse ontem que, com a decisão tomada, "o PPS sai de cena no segundo turno".
"Independência quer dizer que o partido não está com nenhum dos candidatos e rompe com o que está aí e com o passado", afirmou Bueno, ao rejeitar a definição de neutralidade.
Bueno -que concorreu ao governo do Paraná em 2002, fez campanha para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno e que no governo do PT foi diretor administrativo da Itaipu- também nega que a decisão resulte de um racha interno. Os quatro vereadores eleitos pelo partido estariam dispostos a apoiar Richa. O presidente do diretório municipal, deputado estadual Marcos Isfer, apóia Vanhoni.
Enquanto Bueno explicava a posição do partido, ontem à tarde, Vanhoni e seu principal cabo eleitoral no Estado, o governador Roberto Requião (PMDB), faziam festa em um hotel da cidade para receber o apoio formal do candidato derrotado a prefeito pelo PL, deputado estadual Mauro Moraes.
"Tenho um eleitorado definido na região sul [que concentra a baixa renda] da cidade, vou me engajar na campanha e bater de casa em casa para transferir meus votos ao candidato do PT", disse Moraes. Ele teve 4,73% (cerca de 44 mil) dos votos em 3 de outubro.
A posição de Moraes não é a mesma do PL. O partido liberou os filiados a escolher entre Richa e Vanhoni. Moraes disse que sua decisão decorre de pedidos do vice-presidente da República, José Alencar, e do presidente do PL nacional, Valdemar da Costa Neto. Ele afirmou ter recebido telefonemas dois dois antes de se definir. "Por coerência, achei por bem manter a aliança nacional [com o PT]", disse.
Ontem, na estréia da propaganda política do segundo turno, a campanha de Vanhoni tentou atrair os votos dos eleitores de Bueno e deu a entender que o candidato derrotado do PPS o apoia agora.
Bueno disse que sua assessoria poderia pleitear um direito de resposta no tempo de Vanhoni. O candidato do PT reagiu dizendo que "basta uma conversa" para o entendimento. "Preciso conversar com todos os eleitores de Curitiba e vou conversar com os eleitores do Rubens", afirmou o petista. A campanha tucana diz que a petista "fez propaganda enganosa".


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