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PT pede cassação de pefelista que
acusou Dirceu de sonegar imposto
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acuado, o PT ontem entrou na
guerra das cassações e protocolou
ação no Conselho de Ética da Câmara pedindo a perda do mandato de Onyx Lorenzoni (PFL-RS).
A representação é na realidade
uma peça de defesa para o ex-ministro e atual deputado federal José Dirceu (PT-SP), acusado pelo
pefelista de irregularidades na sua
declaração de renda. Lorenzoni,
membro da CPI dos Correios, disse que Dirceu recebeu um empréstimo do PT de R$ 14.322,51,
que não teria sido declarado.
O partido respondeu no ato, dizendo que o valor não era um empréstimo, mas sim a devolução de
adiantamentos pagos a Dirceu
quando ele era presidente do partido (1995-2002). A maior parte
refere-se a uma passagem aérea
comprada para a mulher dele,
Maria Rita, para acompanhá-lo a
uma viagem partidária à China.
"Aquilo que o representado
[Lorenzoni] nomina de empréstimo nada mais é que pagamento
de despesas efetivadas no exercício de atividade partidária que,
por incluir valores reembolsáveis,
obtiveram a contraprestação devida", diz a ação petista.
O pefelista também é acusado
de ter repassado os dados bancários de Dirceu à imprensa, o que
configuraria quebra de decoro
parlamentar. "[Lorenzoni] fez
chegar à imprensa, de forma absolutamente precipitada e irresponsável, distorção que não resiste à mais singela verificação."
Caso Dirceu fizesse uma representação individualmente contra
Lorenzoni, ela seguiria para a
Corregedoria, onde poderia ser
arquivada antes de chegar ao conselho, que é a instância que julga
casos de quebra de decoro.
Partidos têm a prerrogativa de
representar direto ao conselho, o
que foi feito ontem pelo PT. O
processo contra o pefelista deve
ser oficialmente aberto na semana
que vem. A partir daquele momento, uma eventual renúncia de
Lorenzoni não sustaria sua tramitação. Se for cassado, perde os direitos políticos por oito anos.
Com sete deputados ameaçados
de cassação, o PT resolveu partir
para o ataque contra um de seus
maiores adversários, o PFL. Serão
dois pefelistas com processo -o
outro é Roberto Brant (MG).
Lorenzoni disse ontem que o PT
tenta uma "manobra diversionista". "O PT está no desespero. Eles
têm é de explicar o monstruoso
esquema de corrupção que montaram, não tentar me intimidar."
O pefelista afirmou que não "vazou" a informação à imprensa e
que só mencionou os dados numa reunião fechada da CPI.
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