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Dissidentes do PMDB
querem convenção
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os rebeldes do PMDB estão finalizando a coleta de assinaturas
para convocar uma convenção
nacional do partido, à revelia da
Comissão Executiva Nacional,
com o objetivo de decidir pelo
apoio ou não ao futuro governo
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A idéia do grupo é apresentar o
documento na próxima terça.
O objetivo dos rebeldes é tirar
poder da atual cúpula do partido e
criar outro canal de negociação
com o governo Lula. Com a manobra, alguns peemedebistas
também pretendem desestabilizar a candidatura do líder do partido no Senado, Renan Calheiros
(AL), à presidência da Casa.
Um dos autores da idéia de convocar uma convenção nacional é
o senador José Sarney (PMDB-AP), que disputa com Renan a indicação da bancada para ser o futuro presidente do Senado. O próximo ocupante do cargo será eleito em fevereiro de 2003.
Tradicionalmente, o partido
com maior bancada indica o presidente. Pelo quadro atual, o
PMDB terá o maior número de
senadores a partir do próximo
ano: 20, um a mais do que o PFL.
De acordo com os rebeldes,
uma convenção tornaria oficial
um eventual apoio do partido ao
governo do PT. Segundo um deles, negociando apenas com a
atual cúpula do PMDB, Lula ficará nas mãos de "meia dúzia".
Estão por trás dessa articulação,
entre outros, os senadores José
Sarney (AP), Maguito Vilela
(GO), Iris Rezende (GO) e Roberto Requião (PR) -governador
eleito-, Orestes Quércia, o ex-deputado Paes de Andrade (CE) e
presidentes de alguns diretórios
estaduais. Como a Executiva não
vai convocar a convenção, isso
pode ocorrer pela assinatura de 9
dos 27 presidentes de diretórios
estaduais (um terço). Integrantes
do grupo rebelde afirmam que
nove assinaturas já foram obtidas,
mas a intenção é chegar a mais da
metade dos diretórios.
PSDB
O PSDB está montando uma
equipe para acompanhar de perto
se o PT vai cumprir -ou não-
as promessas de campanha, a começar pela tramitação de reformas anunciadas pelo presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao
final do segundo turno: previdenciária, tributária, trabalhista, sindical e política.
Essa equipe também está coletando dados das realizações de
FHC em temas que o PT usa como bandeira, como programas
sociais (Bolsa-Escola, Bolsa-Renda, Bolsa-Alimentação, etc), salário mínimo, combate à seca, assistência à saúde, entre outros.
(RAQUEL ULHÔA e ANDRÉA MICHAEL)
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