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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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Sindicalistas criticam atraso

SILVIO NAVARRO
DA FOLHA ONLINE

A declaração do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), de que a reforma trabalhista ficará para 2005, desagradou às duas principais centrais sindicais do país, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical.
Contrariando o discurso do governo federal, que pretendia levá-la ao Congresso até o final do ano, João Paulo disse que a reforma trabalhista será adiada: "Vamos adiar para 2005 a reforma trabalhista e sindical porque a demanda é muito grande. São muitos temas, é muita reforma junta".
Crítica do governo Lula, a Força Sindical afirmou que a opinião do deputado está na contramão do discurso do ministro do Trabalho, Jaques Wagner. "Ele [João Paulo] jogou água fria em tudo o que já foi colocado pelo governo até agora. Falou, aliás, pelo governo", afirmou o secretário-geral da central, Juruna, recentemente indicado para substituir o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, no CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) criado pelo presidente.
Juruna disse ainda que a declaração do deputado petista não irá influenciar no andamento dos debates do Fórum Nacional do Trabalho, criado pelo governo federal para elaborar propostas para reestruturar o sindicalismo e a legislação trabalhista brasileira.
"Vejo a declaração com muita reserva porque o Fórum [Nacional do Trabalho] pretende encerrar os trabalhos no final do ano. O cronograma deve estar ligado com os trabalhos do fórum. Mas é um absurdo deixar para 2005. Na questão trabalhista, não vejo tantos problemas em adiar, mas na sindical, sim", declarou o presidente da CUT, Luiz Marinho.
"Além disso, é uma opinião dele [do deputado João Paulo], talvez não de todo o Legislativo, uma opinião importante, mas não decisiva", acrescentou Marinho.


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