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Sindicalistas criticam atraso
SILVIO NAVARRO
DA FOLHA ONLINE
A declaração do presidente da
Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), de que a reforma trabalhista
ficará para 2005, desagradou às
duas principais centrais sindicais
do país, CUT (Central Única dos
Trabalhadores) e Força Sindical.
Contrariando o discurso do governo federal, que pretendia levá-la ao Congresso até o final do ano,
João Paulo disse que a reforma
trabalhista será adiada: "Vamos
adiar para 2005 a reforma trabalhista e sindical porque a demanda é muito grande. São muitos temas, é muita reforma junta".
Crítica do governo Lula, a Força
Sindical afirmou que a opinião do
deputado está na contramão do
discurso do ministro do Trabalho, Jaques Wagner. "Ele [João
Paulo] jogou água fria em tudo o
que já foi colocado pelo governo
até agora. Falou, aliás, pelo governo", afirmou o secretário-geral da
central, Juruna, recentemente indicado para substituir o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva,
o Paulinho, no CDES (Conselho
de Desenvolvimento Econômico
e Social) criado pelo presidente.
Juruna disse ainda que a declaração do deputado petista não irá
influenciar no andamento dos debates do Fórum Nacional do Trabalho, criado pelo governo federal
para elaborar propostas para
reestruturar o sindicalismo e a legislação trabalhista brasileira.
"Vejo a declaração com muita
reserva porque o Fórum [Nacional do Trabalho] pretende encerrar os trabalhos no final do ano. O
cronograma deve estar ligado
com os trabalhos do fórum. Mas é
um absurdo deixar para 2005. Na
questão trabalhista, não vejo tantos problemas em adiar, mas na
sindical, sim", declarou o presidente da CUT, Luiz Marinho.
"Além disso, é uma opinião dele
[do deputado João Paulo], talvez
não de todo o Legislativo, uma
opinião importante, mas não decisiva", acrescentou Marinho.
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