São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2001

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Banqueiro revela como é sua vida na Itália

DA REPORTAGEM LOCAL

Salvatore Cacciola perdeu seu helicóptero porque não pagou as prestações. Deve oito meses de condomínio da cobertura em que vivia na Barra da Tijuca, no Rio. Acha que será executado e perderá o apartamento. Diz levar uma vida simples, apesar dos US$ 4 milhões em caixa: "A casa que aluguei em Roma é mais barata que o condomínio da Barra."
 

Folha - Por que um livro?
Salvatore Cacciola -
Fiquei numa situação angustiante porque não podia fazer nada, já que, com o pedido de extradição, poderia ter que voltar ao Brasil a qualquer momento. Não podia fazer nada. Trabalho desde os 12 anos. Estava enlouquecendo aqui, só cuidando da casa e dos empregados. Um amigo me disse: faz um livro.

Folha - Quanto recebeu pelo livro?
Cacciola -
Meu contrato com a editora foi excelente. Briguei o máximo para ter um bom contrato. Mas minha parte será doada a instituições de caridade que vou informando por escrito à editora. Não vou ficar com um centavo.

Folha - De que o sr. vive?
Cacciola -
Desde 13 de agosto, quando a Itália negou a extradição, comecei a trabalhar. Não é aquilo que gostaria de fazer, mas na Itália o mercado financeiro é 50 mil vezes mais complicado que no Brasil. Nunca poderia pensar em trabalhar no mercado na Itália. Estou com uma atividade que não vou dizer porque quero preservar minha vida privada. Acho que em poucos meses consigo me sustentar com meu trabalho.

Folha - O sr. pensa em voltar?
Cacciola -
Não tenho dúvidas de que quero voltar e enfrentar meu julgamento no Brasil. Acontece que enfrentar meu julgamento com esta Justiça do Rio é loucura.

Folha - O sr. doou R$ 50 mil à campanha de FHC em 98. Faria isso em favor de alguém em 2002?
Cacciola -
Fiz isso porque achava que tínhamos pela primeira vez um presidente estadista. No segundo mandato dele, me arrependi. Foi um desastre em todos os sentidos. Nunca se viu tanta corrupção, tanto escândalo.


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