São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Demarcação

A Democracia Socialista, corrente do PT que controla o Ministério do Desenvolvimento Agrário desde o início de 2003, está de foice na mão para não perder a pasta no segundo mandato. A ameaça se chama Valter Bianchini, atual secretário de Agricultura Familiar e autor do programa de reforma agrária da campanha reeleitoral. Assessores próximos a Lula argumentam que Bianchini, um quadro "técnico", poderia melhorar o diálogo do MDA com o Ministério da Agricultura. Ele é apoiado por entidades como Contag e da Fetraf. Na outra ponta da corda, a esquerda petista aposta em Walter Pinheiro (BA). O deputado mais votado do partido conta com a simpatia do MST.

É a glória. Batendo palmas, distribuindo sorrisos, organizando fotografias e chamando até tucanos de companheiros, Paulo Okamotto era o homem mais feliz do mundo na cerimônia de sanção da Lei Geral da Micro Empresa. Com permanência garantida na presidência do Sebrae, o "doador universal" levou até claque ao Planalto.

Babel. Lula ligou para Aldo Rebelo (PC do B-SP), presidente da Câmara, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato ao cargo e líder do governo na Casa, pedindo empenho na aprovação do senador Luiz Otavio para vaga no TCU, item da negociação do presidente com o PMDB. Os telefonemas deram em nada: o nome foi rejeitado pelo plenário.

Sem discurso. Chinaglia pouco falou na reunião que chancelou a duplicação do salário dos parlamentares. Pudera: havia acabado de perder uma bandeira de campanha.

Nem aí. Os gatos pingados do PT na Câmara contrários ao aumento foram deixados na chuva pela bancada do partido no Senado. "Aceitaremos o que a maioria decidir", declarou, conformada com seus 91%, Ideli Salvatti (SC).

Axé. A Bahia, cenário da mais espetacular vitória estadual do PT nas eleições de 2006, abrigará a comemoração dos 27 anos da sigla, com direito a seminário sobre o "futuro da esquerda nas Américas" e festa de rua em Salvador no dia 10 de fevereiro.

Fatura. Ao final de reunião com empresas aéreas ontem, Luiz Carlos Bueno (FAB) cobrou o representante da Gol. "Esperava um agradecimento pela ajuda que demos no resgate das vítimas do 1907."

Insuficiente. O interlocutor lembrou que a empresa agradecera aos militares que aturam no resgate. O comandante explicou que se referia a um gesto "para a instituição".

Confisco. A Justiça determinou que o BC bloqueie investimentos bancários de Ciro Gomes no valor de R$ 65.312,49, correspondente à condenação por danos morais em processo movido por José Serra devido a declarações de Ciro na campanha de 2002.

Caneta. Membros da equipe de transição de Serra e o presidente da Assembléia paulista, Rodrigo Garcia (PFL), estiveram ontem com Cláudio Lembo (PFL) para obter do governador a garantia de que "itens indesejados" da LDO serão vetados após a votação do projeto, prevista para hoje.

Visitas à Folha. Suely Vilela, reitora da Universidade de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Mayana Zatz, pró-reitora de Pesquisa, de Luís Milanesi, diretor da ECA (Escola de Comunicações e Artes da USP), e de Carlos Eduardo Lins da Silva, diretor de Relações Institucionais da Patri (Relações Governamentais & Políticas Públicas).
Hardeep Singh Puri, embaixador da Índia no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de S. Swaminathan, cônsul-geral, e de Rajeev Kumar, cônsul-comercial.

Tiroteio

"O senador deveria se perguntar se assalariados que geram riqueza para o país merecem ganhar R$ 350. O trabalho deles não é relevante?"
Do deputado ORLANDO FANTAZINI (PSOL-SP) sobre Arthur Virgílio (PSDB-AM), que defendeu dobrar o salários dos parlamentares dizendo: "Por que um rapaz do Ministério Público ou um ministro do STF pode ganhar mais do que um senador? Nosso trabalho não é relevante?".

Contraponto

Ouvidor

No início de 1993, dias depois de assumir a Prefeitura de Franco da Rocha, Mario Morais teve de lidar com uma chuva que produziu grandes estragos nesse município da Grande SP. O petista decidiu ir a um casamento em que os convidados estavam ilhados, contam Orlando Soares e Eduardo de Lima no livro "Peripécias da Militância".
Enquanto botes faziam o resgate, Morais, ainda pouco conhecido, pegou uma mulher grávida no colo e começou a atravessar o "rio" que havia se formado na rua.
-Olha eu aqui nesta situação! Ainda bem que o senhor veio me ajudar, pois este prefeito daqui é um...
A moça soltou o palavrão. Morais preferiu ficar quieto.


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