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Quem votou contra a CPMF não usa o SUS, afirma Lula
Presidente diz que vai manter o superávit primário e os investimentos do PAC
"Alguém vai ter que
responder por que a saúde
deixou de receber R$ 24 bilhões a mais", declara petista em discurso no ABC
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o
governo não adotará nenhuma
medida irresponsável para
compensar o fim da CPMF, cuja prorrogação até 2011 foi rejeitada nesta semana pelo Senado. Declarou ainda que a meta fiscal será mantida, assim como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
"Não pensem que, porque os
senadores votaram contra a
CPMF, vai haver alguma medida, do governo, de irresponsabilidade. Nós vamos manter o
superávit primário, nós vamos
continuar com a política fiscal
séria, nós vamos arrumar um
jeito de fazer as coisas acontecerem neste país", discursou,
durante lançamento de novo
modelo da Ford na fábrica da
montadora em São Bernardo.
"O PAC vai continuar."
Pacote
O compromisso com a disciplina fiscal já havia sido reforçado anteontem pelo ministro
da Fazenda, Guido Mantega,
que afirmou que um pacote será anunciado na semana que
vem para compensar o fim da
contribuição. A CPMF garantiria uma arrecadação de R$ 40
bilhões só em 2008, e para tentar prorrogá-la o governo chegou a prometer o repasse de
100% desses recursos para a
saúde até 2011. Hoje, uma parcela de 0,20 da alíquota de
0,38% é destinada ao setor.
Lula afirmou que os parlamentares que votaram contra a
manutenção da contribuição
pensando em atingi-lo prejudicaram o próximo presidente da
República. "Se alguém votou
contra, achando que aquilo poderia prejudicar o presidente,
eles poderiam saber duas coisas: primeiro, o presidente não
é mais candidato, segundo, eles
prejudicaram o próximo presidente da República", disse.
Contrariando o que havia
afirmado Mantega, Lula declarou também que a política industrial será anunciada em
breve pelo ministro Miguel
Jorge, do Desenvolvimento.
De acordo com o presidente,
que foi ovacionado pelos trabalhadores da Ford, presentes ao
evento, quem votou contra a
prorrogação não usa o SUS
(Sistema Único de Saúde).
Saúde
"Alguém vai ter que responder por que a saúde deixou de
receber R$ 24 bilhões a mais,
ou por que a saúde vai deixar de
receber, a partir de 2010, mais
R$ 80 bilhões", discursou Lula,
se referindo à emenda 29, que
destina recursos para a saúde e
que foi aprovada no âmbito das
negociações da CPMF.
Lula ainda agradeceu o governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), presente ao
evento, que, assim como o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tentou convencer os senadores da oposição a votarem a favor da manutenção da contribuição.
"Companheiro governador
do Estado de São Paulo, José
Serra", declarou o presidente
no início de seu discurso, "a
quem de público eu quero fazer
um agradecimento pelo empenho que teve em tentar convencer os senadores da República
de que não era possível tirar R$
40 bilhões do orçamento de
uma hora para outra".
Também estavam presentes
ao lançamento os ministros
Nelson Jobim (Defesa), Miguel
Jorge (Desenvolvimento) e
Luiz Marinho (Previdência),
além do presidente da Câmara,
o deputado federal Arlindo
Chinaglia (PT).
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