São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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Garibaldi promete mais dinheiro para o RN

Recém-empossado na presidência do Senado, peemedebista disse que irá "influenciar mais" no direcionamento de verbas federais

Senador afirma que esse tipo de influência é "uma coisa muito natural" e que obras em seu Estado têm importância nacional

JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), empossado há três dias no cargo, prometeu ontem a seus conterrâneos utilizar o recém-adquirido poder para "influenciar mais" no direcionamento de verbas federais para obras em seu Estado.
"Agora com essa possibilidade de, lutando como senador, [vamos] ter mais força e presença na vida política do país, podemos influenciar mais nas decisões sobre o aeroporto de São Gonçalo [do Amarante], sobre as promessas da Petrobras", disse em seu programa diário de rádio, veiculado por emissoras do Rio Grande do Norte e disponível em sua página pessoal na internet.
À Folha Garibaldi disse que esse tipo de influência é "uma coisa muito natural" e que as obras abraçadas têm importância nacional. "É uma coisa muito natural querer ajudar o Estado. Naturalmente não vou fazer uma coisa de "forçar a barra", não quero colocar uma obra que não tenha viabilidade econômica. Essa obra do aeroporto não pode ser vista apenas como uma obra local, seria um grande aeroporto distribuidor de cargas para o Brasil inteiro."
O senador disse que a influência maior será possível pela proximidade com o Executivo. "É uma questão da proximidade, a articulação se torna mais fácil, porque são obras que representam um investimento grande", disse.
O investimento no aeroporto é da ordem de R$ 300 milhões, de acordo com o secretário de planejamento do Estado, Vagner Araújo. Garibaldi calcula que ainda sejam necessários cerca de R$ 500 milhões.
A primeira parte da obra, que tem previsão de ser concluída em agosto, já tem R$ 100 milhões garantidos em recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), segundo o secretário.
No caso das "promessas da Petrobras", o senador se referia à possibilidade de construção de um pólo Gás-Químico no Rio Grande do Norte, ainda em estudo pela empresa.
As duas iniciativas foram classificadas por Garibaldi como "as obras mais importantes para o desenvolvimento do Estado".
O próprio secretário acredita na possibilidade de Garibaldi, alçado à presidência do Senado, ajudar nas liberações.
"Na medida em que um representante do nosso Estado ocupa um cargo importante no Senado é claro que poderá ajudar na garantia de recursos para o Estado, agilizando a execução dos processos", disse.
Araújo afirmou ainda acreditar que a nova posição de Garibaldi pode colocar o Rio Grande do Norte no grupo de Estados do Nordeste mais agraciado com verbas federais.
"Nos últimos anos, a decisão de investimentos no Nordeste prevaleceu no Ceará, na Bahia e em Pernambuco, por conta da representatividade política dos Estados no cenário nacional. E os outros Estados nada", afirmou Araújo.
Ele, no entanto, disse esperar que o caminho de Garibaldi não seja o de "tráfico de influência". "Mas sim pelo poder legítimo que ele tem."


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