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PMDB exige retratação pública de Lula
Cúpula peemedebista pede que presidente, e não assessores, explique a sugestão de uma lista tríplice para vice de Dilma
Planalto tenta esfriar crise, e
ministro Padilha diz que a
relação forte entre os dois
partidos se encarregará de
dissipar qualquer mal-estar
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As explicações dos petistas
para a ideia defendida pelo presidente Lula de uma lista tríplice para a escolha do vice na chapa presidencial encabeçada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) não convenceram integrantes da cúpula do PMDB.
Eles pedem uma retratação pública de Lula.
Para colocar um ponto final
nesse ruído entre os dois partidos peemedebistas também
querem que o próprio Lula dê
suas explicações diretamente
ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), um
dos nomes mais cotado para a
dobradinha com Dilma em
2010. Até agora, isso só aconteceu por meio de emissários.
"O mal-estar ainda está instalado. O presidente Lula não
pode falar em público e desmentir no privado", disse o deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
"Falta uma palavra do presidente Lula ao Temer. A Dilma é
a Dilma, o Berzoini [deputado
Ricardo Berzoini, presidente
do PT] é o Berzoini, mas o Lula
é o Lula", disse o líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).
O presidente sugeriu a lista
tríplice na quinta-feira passada, numa entrevista em São
Luís: "O correto é o PMDB discutir dentro do PMDB e indicar
três nomes para a ministra Dilma, para que ela possa escolher.
Porque isso é que nem casamento (...) Quem vai casar com
o vice é a candidata, e você não
pode empurrar para ela alguém
que não tenha nenhuma afinidade com ela, porque aí será a
discórdia total, não é?".
No final de semana, diante da
repercussão negativa, a própria
Dilma e os ministros Franklin
Martins (Comunicação Social)
e Alexandre Padilha (Relações
Institucionais) ligaram para integrantes da cúpula do PMDB
para justificar as declarações
do presidente. Sem sucesso.
Anteontem, em reunião que
reelegeu Orestes Quércia presidente do PMDB em São Paulo,
peeemedebistas ameaçaram
lançar candidatura própria ao
Planalto ou mesmo apoiar o
PSDB dos governadores José
Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
A ideia de Lula foi tratada ainda
como uma intromissão nas
questões internas da sigla.
Ontem, em mais uma tentativa de esfriar a crise, o ministro Padilha disse que qualquer
mal-estar "está se dissipando".
"Temos uma relação com o
PMDB que é uma relação forte
no nosso governo".
Padilha afirmou que a relação construída entre os dois
partidos são motivos para que
se supere problemas.
Colaborou SIMONE IGLESIAS, da Sucursal de Brasília
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