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Sarney ameaça
levar disputa
para o plenário
JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador José Sarney (PMDB-AP) levará às últimas consequências a sua candidatura à presidência do Senado. É o que reafirmou
ontem, em diálogos telefônicos, a
aliados e lideranças do PT.
Normalmente comedido, Sarney utiliza nos bastidores um discurso que não lhe é peculiar. Diz
que disputará no plenário do Senado mesmo que perca para o adversário Renan Calheiros
(PMDB-AL) a disputa interna na
bancada peemedebista.
Na legislatura passada, travou
embate semelhante com Jader
Barbalho (PMDB-PA). Desertou
na última hora. Sustenta que o cenário agora é diferente, com a máquina do governo a seu favor.
Sarney tramava ontem contra a
reunião da bancada marcada para
hoje. Tentava esvaziá-la. Mas dizia-se preparado para enfrentar
qualquer resultado.
O alto comando da ala anti-Sarney reuniu-se na casa do deputado Geddel Vieira Lima (BA). Entre os presentes, Michel Temer,
presidente do PMDB, e Eliseu Padilha, ex-ministro dos Transportes. Pelo telefone, Renan informou que previa arrastar para a
reunião pelo menos 12 dos 20 senadores da bancada do PMDB.
Amealharia no mínimo 11 votos.
A cúpula do PMDB traçou planos para o caso de vitória e de derrota. Nenhum cenário contempla
a hipótese de composição com
Sarney. Vencendo Renan, cobrará do governo petista respeito à
vontade soberana da bancada
alheia. Esvaziada a reunião, tentará emplacar um terceiro nome.
Uma idéia que, para azar de Sarney, não desagrada totalmente o
PT. Com uma base congressual
frágil, o governo não quer esmagar a ala do PMDB anti-Sarney.
Se melar a reunião, Sarney ganha tempo para se expor como
candidato oficial. Aposta que os
peemedebistas não resistirão ao
poder de sedução da popularidade de Lula e dos cargos oficiais
por preencher. Vende-se como o
melhor elo com o governo.
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