|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Plano de direitos humanos é "intolerante", critica CNBB
Programa impede "ostentação" de símbolos religiosos em estabelecimentos da União
Plano argumenta que a proposta visa o respeito ao Estado laico; igreja critica também descriminalização do aborto e união entre gays
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por meio de nota divulgada
ontem, a CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil)
classificou de "intolerante" a
proposta do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos de
impedir "a ostentação" de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União.
A proposta é justificada no
programa, lançado em dezembro por Lula, como sinal de respeito ao Estado laico. Para a
Igreja Católica, que se manifestou pela primeira vez oficialmente, a medida ignora "raízes
históricas" do país.
Na nota, assinada por toda a
cúpula a CNBB, a entidade reitera a oposição à descriminalização do aborto, ao casamento
entre pessoas do mesmo sexo e
à adoção por casais gays.
A CNBB afirma que o programa contém "elementos" de
consenso, que "podem e devem" ser implementados imediatamente, mas avalia que há
também pontos de "dissenso",
que requerem mais diálogo.
Na semana passada, Lula não
reconheceu como uma posição
de governo a defesa da descriminalização do aborto contida
no programa de direitos humanos. O texto defende a autonomia das mulheres para decidir
sobre a interrupção da gravidez. Interlocutores de Lula
chegaram a admitir a mudança
no decreto que o presidente havia assinado em dezembro, mas
o presidente se limitou a contornar as críticas dos militares
a outros pontos do plano.
O Planalto não quer mais se
envolver com a questão. Segundo interlocutores do presidente Lula, o texto do programa ficará como está, deixando para o
Congresso a discussão, pois
existem projetos de lei sobre o
tema em tramitação.
Agricultura
O plano sofreu críticas também do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) e de ruralistas, que viram no texto uma
investida contra o agronegócio.
Anteontem, Stephanes disse
que foram feitas alterações na
versão do programa a que teve
acesso. A Casa Civil informou
que não houve mudanças no
texto encaminhado aos ministros 13 dias antes de sua publicação no "Diário Oficial".
De acordo com a Secretaria
de Direitos Humanos, um dos
acréscimos criticados por Stephanes, o que defende avanços
na reforma agrária, foi proposto pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, ainda na
versão preliminar, discutida
em julho.
A Agricultura também teria
proposto alterações, como a garantia de informação ao consumidor sobre transgênicos. Uma
das mudanças, porém, teria sido proposta após o envio da
versão final pela Casa Civil, diz
a equipe de Paulo Vannuchi.
Texto Anterior: Foco: Dilma é "a cara do cara", diz Sarney, em referência a elogio de Obama a Lula Próximo Texto: Frase Índice
|