São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Um papel para Skaf

Depois de flertar com PSDB, PPS e PP, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, namora firme com o PSB, sigla pela qual poderia realizar o sonho de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes (ou, num plano B, ao Senado). A despeito das boas relações de Skaf com o tucanato paulista e de alguns embates com o governo Lula, notadamente a cruzada contra a CPMF, o PSB vende ao Planalto tal candidatura como veículo auxiliar da campanha de Dilma Rousseff.
A ideia já foi apresentada à própria ministra, que se mostrou receptiva. Em privado, porém, o governo imagina uma outra função para o futuro socialista Skaf: ser vice do candidato do PT em São Paulo.



Plano A. Petistas que acompanham os movimentos de Michel Temer estão convencidos de que o presidente do PMDB, apesar de dar declarações favoráveis ao ministro Geddel Vieira Lima, trabalha para ser ele próprio o vice da chapa de Dilma.

Mão do gato. Embora furiosos com o senador Jarbas Vasconcelos por ter afirmado em entrevista que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção", caciques do partido trocaram telefonemas no fim de semana e decidiram engolir em seco, enquanto estimulam diretórios regionais a pedir a expulsão do ex-governador de Pernambuco.

Carimbo. No jantar oferecido sexta por Marta Suplicy para entrosar a candidata Dilma com os petistas de São Paulo, sobraram apelidos para o conjunto de medidas anticrise anunciado na véspera pelo tucano José Serra. O mais ouvido era "PAC cover".

In e out. Além de José Genoino, que tinha compromisso familiar no Ceará, a ausência mais notada foi a de Luiz Marinho. Doente, o prefeito de São Bernardo não comparecera ao evento que movimentou Brasília no meio da semana. Quanto à ausência de José Dirceu, um conviva explica: "O corte do jantar eram prefeitos e congressistas".

Etiqueta. Eduardo Suplicy não poupou Dilma de algumas palavras sobre a renda básica de cidadania, mas foi gentil: levou flores para a ministra homenageada.

Tudo... Enquanto sobrevive a polêmica em torno da MP da anistia às filantrópicas, o governo já emitiu, desde o final de 2008, 7.475 títulos a entidades. Muitas têm pendências ou estão sob investigação.

...como antes. O Conselho Nacional de Assistência Social, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social, voltou a recadastrar. Em 2008, o órgão foi acusado de conceder títulos em troca de propina. Ao enterrar a MP das filantrópicas, a Câmara invalidou as mudanças na fiscalização. Um projeto de lei pretende suprir o vácuo jurídico.

Ecos do mensalão. A procuradoria eleitoral de Minas denunciou o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, sob acusação de falsidade ideológica. Ele confessou ter recebido R$ 410 mil de Marcos Valério para cobrir dívidas da campanha de 2002 a deputado federal. Ao prestar contas, não declarou o dinheiro nem os tais compromissos.

Cara pálida 1. A intenção do PT e dos movimentos sociais de dominar a pauta da Conferência Nacional de Comunicação, no segundo semestre, enfrenta um obstáculo: a modelagem está a cargo de Hélio Costa, visto como inimigo e chamado de "ministro da Rede Globo" pelas entidades que mais pressionaram pela realização do encontro.

Cara pálida 2. As entidades defendem desconcentração da propriedade de veículos e recadastramento das concessões de rádio e TV. A ideia do governo, ao escolher Costa, é ampliar o leque de participantes e atrair empresários, acenando com temas como incentivos para investimento em novas tecnologias.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Se o PT expulsasse todos os envolvidos em escândalos, o partido ficaria menor que o PSOL."

Do deputado PAULO BORNHAUSEN (DEM-SC) em resposta a Fernando Ferro (PT-PE), segundo quem "não sobrará ninguém" no Democratas se o partido expulsar todos os seus filiados ricos, como fez com o ex-corregedor Edmar Moreira.

Contraponto

Assento preferencial

Durante reunião para tratar da divulgação de notas fiscais da verba indenizatória, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), incorreu num autoelogio. Apontando para Alice Portugal (PC do B-BA), disse que a presença da deputada representava o cumprimento da promessa de campanha de dar à "bancada feminina" um lugar entre os líderes . Num canto da sala, o representante do PSOL, Ivan Valente (SP), reclamou:
-Então convide-a para ficar a seu lado, junto dos grandes partidos, e não aqui na ponta da mesa!
Corado, Temer saiu pela tangente:
-Cuidarei de sua proposta geográfica com carinho...


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