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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Reivindicação é apoio tucano a candidatos
pefelistas a governador em dez Estados
PFL pede mais em troca de apoio ao PSDB de Alckmin
CATIA SEABRA
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), admitiu ontem como "auto-explicável" a aliança do
partido com o PSDB para a Presidência. Mas o partido apresentará
sua fatura ao candidato tucano,
Geraldo Alckmin. O comando do
partido decidiu reivindicar apoio
em dez Estados onde concorre a
governador como condição para
a aliança nacional.
Além desses Estados, o PFL colocará à mesa quatro nomes para
o Senado. A lista inclui Estados
onde é turbulenta a relação entre
PFL e PSDB. Sergipe, Bahia e Maranhão são alguns exemplos.
"Temos 11 candidatos. Desses,
só tem um equacionado, que é
Pernambuco", disse Bornhausen.
"Será necessário que o candidato
a presidente participe e comande
essa engenharia política", conclui.
O acordo dependerá do desprendimento dos líderes do PSDB
na Câmara, Jutahy Magalhães
-rival do PFL na Bahia-, e no
Senado, Arthur Virgílio (AM). No
Amazonas, Arthur Virgílio teria
de abrir mão da candidatura em
favor de Amazonino Mendes.
Na Bahia, o PFL reivindica o
apoio à reeleição do governador
Paulo Souto. "Faremos tudo para
que o PSDB apoie o PFL. Lá, somos maioria", afirma o senador
Antônio Carlos Magalhães.
A composição requer esforço
até mesmo dos patrocinadores da
candidatura Alckmin. Em Goiás,
o PFL reivindica que o governador Marconi Perillo (PSDB) apoie
o senador Demóstenes Torres à
sua sucessão, em vez de trabalhar
pela eleição de seu vice.
Segundo Bornhausen, na negociação da aliança "o maior peso é
esse". Mas ele pondera que não é
possível "fazer solicitações sem
abrir espaço [ao PSDB]".
Na reunião, a avaliação foi que,
para cumprir a cláusula de barreira, mais vale o fortalecimento do
PFL nos Estados do que uma vaga
para vice, especialmente se mantida a verticalização. Sem equacionar esses problemas, o PFL poderá optar pela liberdade para
alianças estaduais.
Bornhausen defendeu, porém, a
necessidade de o PFL se posicionar nas eleições em contraponto
ao PT. Para a vice existem dois
nomes em pauta, além do próprio
Bornhausen: os senadores José
Jorge (PE) e José Agripino Maia
(RN). Agripino teria apoio da
bancada no Senado, mas enfrentaria a resistência do comando do
partido. A escolha do vice será a
última etapa da negociação, que
começa hoje com o encontro entre Bornhausen e o prefeito do
Rio, Cesar Maia.
Se Cesar não for candidato à
Presidência, Bornhausen deverá
se encontrar com Alckmin no final de semana. Os primeiros acenos foram feitos quando, escolhido, Alckmin conversou com líderes pefelistas e com Bornhausen.
Para ontem, estava programada
uma reunião entre Tasso e Bornhausen. "Se depender de nós, é
claro que vamos fazer uma aliança com o PFL", disse Alckmin.
Outro atrativo para o PFL seria
o lançamento do prefeito de São
Paulo, José Serra, ao governo do
Estado. Nesse caso, sua cadeira
seria ocupada pelo vice, Gilberto
Kassab. Apesar das objeções à escolha de Alckmin, o próprio líder
do PFL na Câmara, Rodrigo Maia
(RJ), ontem admitia: "Contra Lula, votarei em Alckmin, mesmo
sem formalização da aliança".
Mas avisava: "Para oficializar a
aliança, vamos ter de negociar
apoio no Rio de Janeiro".
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