São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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SÃO PAULO

PT teme que PMDB se alie a tucanos

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A definição do PSDB pelo nome de Geraldo Alckmin para concorrer à Presidência anuviou o cenário no Estado de São Paulo. O PT, que até então tinha um candidato bem competitivo para o Palácio dos Bandeirantes, seja na figura da ex-prefeita Marta Suplicy ou do senador Aloizio Mercadante, agora já se prepara para sentir o impacto de uma eventual candidatura de José Serra (PSDB).
A se concretizar essa hipótese, o que os petistas mais temem é o pacote que se poderá produzir a partir daí. Cortejado pelos petistas para tê-lo como aliado, o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) é também alvo de olhares tucanos. Tanto PT quanto PSDB sabem que o PMDB terá papel importante nessas eleições.
O terror petista está na possibilidade de os tucanos fecharem aliança envolvendo peemedebistas e pefelistas. Embora nenhum dos protagonistas admita publicamente, emissários têm trocado impressões sobre o assunto.
Ontem, o Painel informou que há petistas que defendem que Marta ceda seu lugar de pré-candidata ao governo a Eduardo Suplicy que, por sua vez, abriria mão do Senado para o PMDB. Marta resiste a essa possibilidade.
Para concretizar a aliança PSDB-PFL-PMDB, os tucanos têm dois trunfos que escapam ao PT: a vaga de vice e a de senador. O PFL já tem um nome para contribuir com o debate: Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo.
Questionado sobre eventual aliança entre PFL, PMDB e PSDB, um cacique pefelista lembrou que a legenda tem "a melhor relação possível" com ambos.
Bem colocado nas pesquisas, Quércia desconversa e diz que ainda não se decidiu se será candidato ao governo ou não.
"Não sou candidato ao Senado de jeito nenhum." Para ele, "o quadro é bom para uma eventual candidatura ao governo, mas não ao Senado". Mesmo assim, deixa escapar: "Eu preferia o Senado".
O PT avalia que precisa enviar sinais mais firmes de que quer o apoio do PMDB. Um dirigente da Executiva do PT constata que "há um risco" de o PSDB oferecer a vaga do Senado a Quércia.
Sem a vaga do Senado para oferecer, já ocupada por Eduardo Suplicy, o PT tem a de vice como proposta. Mas, para tanto, dependerá de algumas condicionantes: o fim da verticalização ou o PMDB não lançar candidato à Presidência.


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