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SÃO PAULO
PT teme que PMDB se alie a tucanos
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A definição do PSDB pelo nome
de Geraldo Alckmin para concorrer à Presidência anuviou o cenário no Estado de São Paulo. O PT,
que até então tinha um candidato
bem competitivo para o Palácio
dos Bandeirantes, seja na figura
da ex-prefeita Marta Suplicy ou
do senador Aloizio Mercadante,
agora já se prepara para sentir o
impacto de uma eventual candidatura de José Serra (PSDB).
A se concretizar essa hipótese, o
que os petistas mais temem é o
pacote que se poderá produzir a
partir daí. Cortejado pelos petistas para tê-lo como aliado, o ex-governador Orestes Quércia
(PMDB) é também alvo de olhares tucanos. Tanto PT quanto
PSDB sabem que o PMDB terá
papel importante nessas eleições.
O terror petista está na possibilidade de os tucanos fecharem
aliança envolvendo peemedebistas e pefelistas. Embora nenhum
dos protagonistas admita publicamente, emissários têm trocado
impressões sobre o assunto.
Ontem, o Painel informou que
há petistas que defendem que
Marta ceda seu lugar de pré-candidata ao governo a Eduardo Suplicy que, por sua vez, abriria mão
do Senado para o PMDB. Marta
resiste a essa possibilidade.
Para concretizar a aliança
PSDB-PFL-PMDB, os tucanos
têm dois trunfos que escapam ao
PT: a vaga de vice e a de senador.
O PFL já tem um nome para contribuir com o debate: Guilherme
Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo.
Questionado sobre eventual
aliança entre PFL, PMDB e PSDB,
um cacique pefelista lembrou que
a legenda tem "a melhor relação
possível" com ambos.
Bem colocado nas pesquisas,
Quércia desconversa e diz que
ainda não se decidiu se será candidato ao governo ou não.
"Não sou candidato ao Senado
de jeito nenhum." Para ele, "o
quadro é bom para uma eventual
candidatura ao governo, mas não
ao Senado". Mesmo assim, deixa
escapar: "Eu preferia o Senado".
O PT avalia que precisa enviar
sinais mais firmes de que quer o
apoio do PMDB. Um dirigente da
Executiva do PT constata que "há
um risco" de o PSDB oferecer a
vaga do Senado a Quércia.
Sem a vaga do Senado para oferecer, já ocupada por Eduardo Suplicy, o PT tem a de vice como
proposta. Mas, para tanto, dependerá de algumas condicionantes:
o fim da verticalização ou o
PMDB não lançar candidato à
Presidência.
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