|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEC antecipa avaliação de alfabetização
Proposta está em plano lançado pela Educação, que prevê também cooperação com municípios com índices educacionais ruins
De acordo com ministro, serão necessários R$ 8 bi em quatro anos para ajudar cidades; hoje, dispõe de apenas R$ 500 mi adicionais
ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O governo federal apresentou ontem a educadores os
principais pontos do Plano de
Desenvolvimento da Educação,
conjunto de medidas com objetivo de melhorar a qualidade do
ensino básico. Entre as propostas estão a elaboração de um indicador para comparar municípios e a criação de uma prova
nacional para avaliar a alfabetização de crianças de 6 a 8 anos.
As propostas -agora em fase
de debate público- foram
apresentadas pelo ministro
Fernando Haddad (Educação)
na presença dos colegas Dilma
Rousseff (Casa Civil) e Walfrido Mares Guia (Turismo). O
presidente Lula falou no início
da apresentação e se retirou. A
intenção do governo é de que,
até o fim de abril, a maior parte
das medidas já esteja em vigor.
Hoje, os alunos são avaliados
em exames nacionais a partir
da 4ª série do ensino fundamental, quando a maioria já fez
dez anos. O objetivo da nova
avaliação, apelidada de Provinha Brasil, é ter um diagnóstico
mais cedo do processo de alfabetização, para corrigir antes
os problemas.
Outra sugestão é a ampliação
do Censo Escolar. Hoje, ele coleta principalmente informações sobre escolas. A idéia é que
passe a ter dados de cada aluno.
Dessa maneira, ficará mais fácil
fiscalizar a freqüência e, posteriormente, ter acesso às notas.
O MEC espera identificar as
mil cidades com pior qualidade
e propor a elas um plano de melhoria sob orientação técnica
de uma equipe do ministério.
Haddad afirmou que já tem
disponíveis R$ 500 milhões de
recursos adicionais ao orçamento para investir nessas cidades, mas que espera ter até o
fim do ano R$ 1 bilhão após negociação com a Fazenda.
Em quatro anos, a meta é investir nos piores municípios
0,4% do PIB, o que, nas contas
do ministro, representaria R$ 8
bilhões em quatro anos.
As prefeituras assinariam
um termo com o ministério, estabeleceriam metas e, em contrapartida, discutirão com o
MEC temas como a escolha de
diretores por mérito (e não por
indicação política), acompanhamento da freqüência e nota
de cada aluno e exigência de
que, até os oito anos, toda
criança esteja alfabetizada.
A adesão é voluntária. Os
municípios que se recusarem a
participar continuarão recebendo financiamento via Fundeb ou por demais programas
do governo federal.
Para os professores, foi proposto um piso salarial mínimo
-a idéia é que seja superior a
R$ 800- e a vinculação de todos a alguma universidade para
melhorar a capacitação deles.
Foram também apresentadas propostas em debate com
outros ministérios. Uma delas é
a ampliação do Bolsa Família
para até 17 anos (hoje vai só até
15), mas com uma bolsa enviada ao estudante e que estimule
o desempenho escolar por
meio de um bônus pago em caso de aprovação.
O plano propõe ainda a criação de institutos federais de
educação profissional, científica e tecnológica, que também
formariam professores para
atuar na área.
Na educação superior, pela
via privada, a principal sugestão é a ampliação do ProUni e
sua integração com o Fies, programa de financiamento estudantil. O ProUni tem hoje bolsas integrais -em que o aluno
não paga nada- e parciais -em
que ele paga metade.
No segundo caso, o valor que
o estudante pagaria à universidade poderia ser financiado pela própria instituição, e o pagamento se daria por desconto direto no salário quando o jovem
começasse a trabalhar.
Para as universidades federais, sugeriu-se a disponibilização de recursos extras para as
instituições que apresentarem
projetos de melhoria de indicadores, como o aumento da relação de alunos por professor, a
ampliação de cursos noturnos e
a diminuição da evasão.
Texto Anterior: Alagoas: TRE determina que urnas devem sofrer perícia Próximo Texto: Frase Índice
|