São Paulo, Terça-feira, 16 de Março de 1999
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RIO GRANDE DO SUL

Caingangues invadem área de 49 mil hectares

da Agência Folha, em Porto Alegre

Um grupo de 1.500 índios caingangues invadiu, no início da madrugada de ontem, uma área de 48,7 mil hectares. A área abrange os municípios de Espumoso, Campos Borges e Salto do Jacuí e está a cerca de 280 km de Porto Alegre.
Localizada entre as nascentes dos rios Caixões e Jacuizinho, a região tem o nome de ""Borboleta" e é reivindicada pelos caingangues por ser, segundo eles, propriedade dos seus antepassados. Atualmente, há agricultores ocupando a área.
A Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) deverá divulgar no próximos dias um estudo antropológico definindo a real situação da área. Ainda não houve, porém, uma conclusão a respeito.
A Brigada Militar (a PM gaúcha) se limitou ontem a realizar um acompanhamento distante dos invasores. Antes do atual movimento, os caingangues já haviam invadido a sede da Funai, em Passo Fundo, em 1997. Em 1998, invadiram outras áreas. O objetivo, porém, sempre foi o mesmo: de obter a posse da ""Borboleta".
No Rio Grande do Sul, há 6.000 índios caingangues, espalhados pelas regiões do Alto Uruguai, Grande Porto Alegre e Noroeste.
Na região onde ocorreu a invasão, a Funai calcula que vivam hoje 400 caingangues, de acordo com o último censo realizado, em 1998.
Durante o dia de ontem, surgiram informações de que os índios teriam contado com a ajuda do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para invadir a área. Essa versão, porém, foi negada pelo MST e pelos índios.

Sem-terra
Um grupo de mil famílias de sem-terra ligadas ao MST invadiu ontem a fazenda Rubira, na região entre os municípios de Piratini e Pinheiro Machado (340 km ao sul de Porto Alegre), próxima à fronteira com o Uruguai.


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