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RIO GRANDE DO SUL
Caingangues invadem área de 49 mil hectares
da Agência Folha, em Porto Alegre
Um grupo de 1.500 índios caingangues invadiu, no início da madrugada de ontem, uma área de
48,7 mil hectares. A área abrange
os municípios de Espumoso, Campos Borges e Salto do Jacuí e está a
cerca de 280 km de Porto Alegre.
Localizada entre as nascentes dos
rios Caixões e Jacuizinho, a região
tem o nome de ""Borboleta" e é reivindicada pelos caingangues por
ser, segundo eles, propriedade dos
seus antepassados. Atualmente, há
agricultores ocupando a área.
A Ufrgs (Universidade Federal
do Rio Grande do Sul) deverá divulgar no próximos dias um estudo antropológico definindo a real
situação da área. Ainda não houve,
porém, uma conclusão a respeito.
A Brigada Militar (a PM gaúcha)
se limitou ontem a realizar um
acompanhamento distante dos invasores. Antes do atual movimento, os caingangues já haviam invadido a sede da Funai, em Passo
Fundo, em 1997. Em 1998, invadiram outras áreas. O objetivo, porém, sempre foi o mesmo: de obter
a posse da ""Borboleta".
No Rio Grande do Sul, há 6.000
índios caingangues, espalhados
pelas regiões do Alto Uruguai,
Grande Porto Alegre e Noroeste.
Na região onde ocorreu a invasão, a Funai calcula que vivam hoje
400 caingangues, de acordo com o
último censo realizado, em 1998.
Durante o dia de ontem, surgiram informações de que os índios
teriam contado com a ajuda do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para invadir a área. Essa versão, porém, foi
negada pelo MST e pelos índios.
Sem-terra
Um grupo de mil famílias de
sem-terra ligadas ao MST invadiu
ontem a fazenda Rubira, na região
entre os municípios de Piratini e
Pinheiro Machado (340 km ao sul
de Porto Alegre), próxima à fronteira com o Uruguai.
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