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PERFIL
Rosinha assume Secretaria de Ação Social
Primeira-dama diz que cargo é "missão"
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Sucursal do Rio
A primeira-dama fluminense,
Rosinha Matheus, já reinava no
Palácio Laranjeiras. Agora, ela
amplia seus domínios para além
da residência do governador do
Estado. Reinará sobre a área social da administração estadual.
"É uma missão", diz.
Rosinha, 37, se diverte contando à Folha como soube que ganharia a Secretaria de Ação Social, onde trabalhará sem receber vencimentos. "O Garotinho
me ligou e disse: Como vai minha secretária?", narra Rosinha,
que respondeu ao marido: "Estou mais para sua babá do que
para sua secretária".
Exagero à parte, ela realmente
está ajudando o governador do
Rio a enfrentar a crise política
em que está enfiado.
Presença constante ao lado do
marido, Rosinha dá palpites no
governo, nas alianças, participa
das reuniões de secretariado e
dos encontros políticos -inclusive dos mais fechados, que definem o futuro do governo.
Como o que homologou a saída do PT da administração pedetista, na terça-feira. Foi ela
quem cobrou de forma mais enfática dos petistas uma debandada pacífica, sem ataques ao governo.
A Folha apurou que Rosinha
disse que recebera denúncias
contra altos dirigentes do PT do
Rio, relativos a supostos benefícios obtidos na gestão de Eduardo Cunha na Cehab (Companhia Estadual de Habitação) e irregularidades cometidas na Uerj
(Universidade do Estado do Rio
de Janeiro).
Não foi apenas lá que ela saiu
em defesa do marido. No programa de Jô Soares, quarta-feira,
por exemplo, mostrou indignação em relação às denúncias que
atingem o governo. "Estão querendo atingir a minha família",
reclamou a mãe de nove filhos
(quatro naturais).
Assim como outra primeira-dama, Ruth Cardoso, Rosinha
não gosta de ser chamada por
esse título. "Não sou uma primeira-dama. Sou uma militante
do partido", diz ela, que afirma
não seguir os passos de nenhuma política famosa.
"Mas, se tivesse que destacar
uma, seria a Evita", ressalva, citando a mulher do presidente
argentino Juan Perón -famosa
pelas ações assistenciais e apelidada de "madona dos descamisados".
Rosinha admite que assumir
um cargo público "é um risco".
Principalmente em meio à crise
política. Mas que sempre corre
para ajudar o marido quando ele
precisa.
"Ele só me dá pepino", reclama a musa de Garotinho -que
costuma lhe dedicar poemas de
amor e a quem ela chama na intimidade de "Bolinha".
Essa faceta política não é nova.
Rosinha conheceu o marido em
um curso do Teatro do Oprimido, do dramaturgo Augusto
Boal. Militaram juntos na esquerda. Se filiaram ao PDT e ela
sempre cuidou da área social nas
duas gestões de Garotinho como
prefeito de Campos (norte fluminense).
Radialista, como o marido, era
ela quem animava os comícios
de campanha. E, como primeira-dama, toca a obra social Vida.
"O governador Leonel Brizola
já tentou me lançar para outras
coisas, para deputada estadual,
federal, e nunca aceitei. Desta
vez resolvi aceitar", diz ela, que
afirma não ter nenhum projeto
político. Por enquanto. "Se um
dia for necessário, não diria
não." Sonho confesso, até agora,
só o de apresentar um programa
de TV -seu modelo é Hebe Camargo.
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