São Paulo, domingo, 16 de abril de 2000


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QUESTÃO INDÍGENA
Discurso ocorre após ameaça de índio a ACM
Senadores questionam política de demarcação de territórios

da Sucursal de Brasília

Um dia após o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), ter passado pelo constrangimento de ter uma flecha apontada em sua direção pelo índio Henrique Iabaday, senadores defenderam na sexta-feira a revisão das demarcações das terras indígenas no país.
"A causa indígena neste país está a exigir reformulação", disse Marluce Pinto (PMDB-RR). Segundo ela, há uma "insana política voltada quase que exclusivamente para a demarcação de áreas, sem critérios mínimos justificáveis ou respeito aos cidadãos, sejam índios ou não".
A senadora reclamou de as terras indígenas ocuparem mais de 60% da área do seu Estado, sem contar outras reservas identificadas pela Funai (Fundação Nacional do Índio) -que "insiste" em demarcá-las, segundo ela.
"Nossos 350 mil índios, hoje, ocupam 561 áreas indígenas espalhadas de norte a sul e totalizam -pasmem Vossas Excelências- 95,8 milhões de hectares, o equivalente a 11,34% do território nacional", afirmou Marluce.
Moreira Mendes (PFL-RO) concordou. "O nosso silvícola está sendo usado como instrumento, massa de manobra, para que outros interesses, que não são os interesses nacionais e do povo brasileiro, possam prevalecer com relação à Amazônia."
Para o senador, "há uma estratégia sendo arquitetada: o mundo todo, a pretexto de defender uma nação kosovar, no Kosovo, invadiu aquele minúsculo país, que deve ter um quinto dessa reserva indígena. Quem pode garantir, no futuro, que, a título de preservar, garantir e manter a nação ianomâmi, não virão aqui com esse espírito de querer ocupar parte da nossa Amazônia?"


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