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Depoente cita "acerto" de US$ 3 mi
DA SUCURSAL DO RIO
Testemunha-chave do caso, a
ex-mulher de Carlos Eduardo Pereira Ramos disse na Justiça ter
ouvido de Andréia Gonçalves,
mulher de Rômulo Gonçalves,
que os dois fiscais teriam feito um
"acerto" para receber US$ 3 milhões do laboratório SmithKline
-metade para cada um.
Outro suposto caso de corrupção foi confirmado na Justiça pelo
lobista Romeu Sufan, que aparece
num vídeo pedindo dinheiro a diretores da Light para suspender
uma fiscalização, em 1999.
Ele disse que Gonçalves o enviou até a distribuidora de energia
para fazer uma proposta que fosse
capaz de reduzir o valor de multas
cobradas da empresa pela Fazenda do Rio: o pagamento de US$ 2
milhões. O lobista ficaria com
10% da propina.
Sufan confirmou ontem as informações de seu depoimento na
Polícia Federal, em 11 de abril.
Indiciado por corrupção, ele
passou a colaborar com a investigação e foi ouvido ontem na Justiça na condição de "réu colaborador". Confirmou tudo o que havia
dito antes.
A ex-mulher de Pereira Ramos,
que chegou a ser beneficiária de
uma conta na Suíça, foi ouvida na
Justiça com base na lei 9.807/99,
que trata da delação premiada, ou
seja, fornecimento de informações em troca de algum benefício
no decorrer da investigação.
A ex-mulher de Pereira Ramos e
Sufan estão sob proteção da Polícia Federal. Ela, que viveu com o
fiscal de 1983 a 1998, depôs atrás
de uma cortina e escoltada por
uma delegada. A testemunha disse que se sente ameaçada e teme
pela vida das duas filhas e do marido. Seu rosto não foi visto pelas
pessoas que estavam no auditório
da Justiça Federal.
V. G. S. foi ouvida pela Polícia
Federal no dia 8 de abril, no interior de São Paulo, onde mora. Em
sua casa foram apreendidos papéis com informações sobre a viagem à Suíça, como notas de compras, um bilhete de trem e menções ao nome do hotel. Os depoimentos dela e de Sufan são fundamentais para que os fiscais sejam
indiciados por corrupção.
SmithKline
A PF também vai tentar negociar informações com o laboratório SmithKline, multinacional de
origem britânica que se fundiu
com a Glaxo norte-americana em
2000.
O presidente da CPI do "Propinoduto", deputado Paulo Melo
(PMDB), disse ontem que a
SmithKline recebeu cerca de cem
multas de 1995 a 1997 e que a fiscalização foi feita pela inspetoria
onde trabalhavam Pereira Ramos
e Gonçalves.
Em nota, o laboratório GlaxoSmithKline negou "qualquer relação irregular entre os fiscais e a
companhia".
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